Desporto

Deco apoia protestos no Brasil e diz que a "revolta é de todos"

O futebolista Deco manifestou hoje apoio  aos protestos ocorridos no Brasil nas últimas semanas e afirmou que a "revolta  é de todos", citando problemas como corrupção, precariedade na saúde e na  educação e lentidão na Justiça.  

Antigo futebolista luso-brasileiro Deco (Arquivo)
© Sergio Moraes / Reuters

"Enfim um povo que se revolta!!!! Não pelo aumento do ônibus  1/8autocarro 3/8,  mas sim por um país que está crescendo prá poucos, onde tudo se tornou banal,  onde tudo era aceitável (...)!!!!", escreveu o futebolista, que já jogou  pela seleção portuguesa, na sua página no Facebook.  

Deco disse também que se sente "impotente" por estar longe do Brasil  e que se revoltava ao ouvir de amigos de Portugal, Espanha e da Inglaterra  que o país estava no caminho certo.  

"Que caminho é esse onde a corrupção é o pão nosso de cada dia, onde  eu vejo assassinos a solta o tempo todo?", questionou.   

O futebolista, que alinha agora pelo Fluminense, criticou os altos preços  das escolas particulares no Brasil e o aumento do custo de vida não compensado  pelos salários. "Sinceramente, não via luz no fim do túnel, mas esses dias  têm sido os mais felizes", escreveu.  

Deco, que é naturalizado português, mas nasceu no Brasil, mencionou  também a corrupção em Portugal. "(...) Um país que amo me adotou, por sinal  com muita corrupção tb (de repente essa herança não foi tão boa), mas onde  fui feliz e respeitado!!!!" 

O futebolista realçou que a sua página na rede social "nunca foi" para  falar sobre política, religião, educação, filosofia ou qualquer outra coisa  diferente do seu trabalho. Contudo, falou dos protestos por ser cidadão  brasileiro.  

Os protestos começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente  contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se  a outras cidades no Brasil e de outros países. 

A repressão policial às manifestações motivou outras pessoas a protestarem  pela paz e pelo direito de manifestação, bem como outras queixas, entre  quais corrupção e a falta de transparência.  

Em particular, as manifestações criticam os elevados gastos com a organização  de eventos desportivos como o Mundial2014 e os Jogos Olímpicos de 2016,  em detrimento de outras áreas como a saúde e a educação.  

Lusa