Desporto

Governo alemão ausente dos Paralímpicos de Sochi em protesto contra Rússia

Os representantes governamentais da Alemanha estarão ausentes dos Jogos Paralímpicos de inverno, em Sochi, como protesto  à posição russa na crise da Ucrânia, revelou hoje uma responsável do governo germânico. 

(Reuters)
© Pawel Kopczynski / Reuters

A equipa alemã que participará nos Jogos já se encontra em Sochi e é  quase certo que competirá no evento, não existindo motivos de preocupação  com a segurança, disse a mesma responsável. 

Por outro lado, o boicote governamental pretende ser "um sinal político  muito claro para a Rússia", referiu a comissária alemã para as desigualdades, Verena Bentele. 

Bentele salientou ainda à televisão ZDF que o ministro dos negócios  estrangeiros da Alemanha, Guido Westerwelle, não vê qualquer ameaça a que  cidadãos possam assistir aos Jogos. 

O presidente russo, Vladimir Putin, deverá marcar presença na cerimónia  de abertura dos Jogos, que têm início na sexta-feira e contarão com 1.600  atletas paralímpicos de 45 países, mas o evento estará "manchado" pela crise  na Ucrânia. 

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após  o afastamento do ex-presidente Viktor Ianukovich e a presença de militares  russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota  da Rússia do Mar Negro. 

Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que  interveio na Crimeia a pedido de Ianukovich e anunciou que mantém o "direito  de atuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.

A crise na Ucrânia começou em novembro com protestos contra a decisão  de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE  e promover uma aproximação à Rússia. 

Em fevereiro, após meses de manifestações e confrontos no centro de  Kiev, Ianukovich foi afastado, tendo tomado posse um novo governo, pró-ocidental.

Em declarações posteriores, Ianukovich continua a apresentar-se como  o Presidente legítimo da Ucrânia, posição que conta com o apoio da Rússia.

Lusa