Desporto

Scolari revela relação inicial difícil com Figo na seleção lusa

O antigo selecionador de Portugal Luiz Felipe Scolari revelou hoje que, quando chegou à equipa lusa, em 2003, teve um  "relacionamento difícil" com Luís Figo e que o ex-capitão manifestou-se,  na altura, contra a naturalização de Deco. 

Luiz Felipe Scolari (Reuters)
© Gonzalo Fuentes / Reuters

"Ele foi o melhor capitão que eu tive. No começo, o relacionamento foi  difícil, mas a partir do terceiro mês ele aproximou-se. Depois, aconteceu  o episódio do Deco e manifestou-se a dizer que, se fosse capitão (na altura  era Fernando Couto), não aceitaria o Deco na equipa", contou Scolari em  entrevista ao jornal Estado de São Paulo. 

De acordo com o técnico brasileiro, que comandou a seleção portuguesa  no Euro2004, no Mundial2006 e no Euro2008, tudo mudou quando resolveu dar  a braçadeira de capitão a Figo. 

"No quarto mês, um dia ele chegou e disse-me que, se houver algum problema  no jogo, para jogar a bola para ele, que resolvia. Se errasse, os adeptos  e os jornalistas não iriam criticar. Depois disso, tornei-o capitão da seleção  e nunca mais tive problema", explicou. 

Agora, de regresso ao cargo de selecionador brasileiro e a poucos dias  do arranque do Mundial2014, que começa a 12 de junho, no Brasil, Scolari  reafirmou que tinha planeado convocar Diego Costa para o Mundial e considerou  que "outros interesses" acabaram por levar o avançado do Atlético Madrid  a naturalizar-se espanhol. 

"Eu ia convocar o Diego Costa para o Mundial. Ele estaria no Mundial  com a seleção brasileira. Falei com ele duas vezes sobre isso. O problema  é que há outros interesses por detrás disto tudo. Com Diego Costa naturalizado  espanhol, abre-se espaço na Europa", referiu. 

O treinador, que levou o Brasil ao título de campeão mundial em 2002,  garantiu ainda que os protestos que poderão ocorrer no país não vão ter  qualquer efeito nos jogadores e na seleção "canarinha". 

"Não vai tocar nada mesmo na seleção. Os jogadores estão ali para jogar  à bola. Quem tem de cuidar de manifestações são a polícia e o governo. Quem  tem de construir estradas não é o jogador de futebol nem a federação. É  o governo. Nós só temos que explicar à população que a função dos jogadores  é jogar à bola", frisou. 

A jogar em "casa", o Brasil vai defrontar o México, Camarões e Croácia  no Grupo A. 

 

Lusa