O Desportivo de Chaves, da II Liga de futebol, tem um total de sete elementos em isolamento, após ter registado quatro casos de covid-19, mas pode regressar aos treinos, adiantou à Lusa o delegado de saúde local.
"O inquérito epidemiológico está concluído, a avaliação de risco com base nas novas informações está concluída, e foram identificados novos contactos com os casos confirmados, que já tinham sido confirmados na sexta-feira, e esses contactos estão em isolamento", explicou no domingo à noite o delegado de saúde da Unidade de Saúde Pública (USP) do Alto Tâmega e Barroso, Gustavo Martins-Coelho.
O delegado de saúde precisou que além dos quatro casos de infeção por covid-19 no clube, dois jogadores e dois treinadores, também mais três elementos foram colocados em isolamento, sem especificar se são jogadores ou elementos da equipa técnica.
"Neste momento cabe ao Desportivo de Chaves se assim o entender divulgar quem é que está em isolamento", acrescentou.
À Lusa o clube flaviense informou que não iria prestar mais esclarecimentos.
Gustavo Martins-Coelho sublinhou ainda que o clube pode agora retomar os treinos, após toda a estrutura ter sido colocada em isolamento na sexta-feira, decisão que levou ao adiamento do Feirense-Chaves, encontro da 1.º jornada da II Liga que estava previsto para as 20:00 de sexta-feira.
"Cabe ao Chaves encontrar soluções se quiser prosseguir com os treinos visto que quem está em isolamento não pode comparecer presencialmente, mas não é impedimento participar em regime de teletrabalho", vincou.
Gustavo Martins-Coelho tinha explicado à Lusa na sexta-feira à noite que depois de uma primeira avaliação de risco, após quatro casos positivos de covid-19 no Desportivo de Chaves divulgados na sexta-feira, foi dito que "não havia inconveniente" para a realização do encontro em Santa Maria da Feira, mas que "ao final da tarde" esta entidade recebeu "novas informação que não estavam na posse ao final da manhã".
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte disse no sábado que o Desportivo de Chaves organizou um jantar convívio com o plantel e equipa técnica "em pleno período de infeciosidade dos casos confirmados identificados" de covid-19.
A ARS do Norte explicou que após articulação das autoridades de saúde local, regional e nacional, foi decidida a "determinação de medidas cautelares que inviabilizavam a participação do referido clube no jogo do campeonato de futebol".
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional defendeu no sábado que é "imperativo" manter a aplicação da orientação de que um caso positivo não torna, por si só, obrigatório o isolamento coletivo das equipas, referindo que a competição não pode parar, após uma reunião de emergência com os médicos de todas as sociedades desportivas que integram as competições profissionais.
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As conclusões do encontro vão ser apresentadas numa reunião entre a Liga e o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, agendada para a tarde de hoje [segunda-feira], onde será "reiterada a necessidade de implementação destas recomendações sob pena de serem colocadas em causa as competições profissionais futebol na época 2020-21".
O delegado de saúde da USP do Alto Tâmega e Barroso esclareceu ainda que o trabalho da saúde pública é "defender a saúde da população" e também "prestar contas".
"As pessoas têm o direito a saber que estamos cá para as defender, para defender os jogadores, pois pelas declarações que li parece que a Liga está mais preocupada em cumprir o calendário de jogos do que em proteger a saúde dos jogadores e das outras pessoas envolvidas", frisou Gustavo Martins-Coelho.
"Estaremos aqui sempre para fazer no nosso trabalho o melhor que sabemos e com os recursos que temos e para prestar contas, pois não temos nada a esconder, não temos medo e temos a consciência tranquila", assegurou.