O presidente do FC Porto qualificou esta quinta-feira como "medida oportunista" o regresso do público aos estádios na última jornada da I Liga de futebol, motivada pela transferência da final da 'Champions' para o Porto, deixando novas críticas ao Governo.
"A UEFA ao exigir público no estádio, com toda a razão, porque não há nenhum motivo para que isso não acontecesse, levou a que agora o Governo autorizasse na última jornada a que houvesse público nos estádios, para apanhar a boleia e não ficar cada vez mais desacreditado. É uma medida oportunista, que eu reprovo, porque vai contra a verdade desportiva", referiu Pinto da Costa em declarações à FC Porto Tv.

Apesar de ter ficado satisfeito com a decisão, o presidente 'azul e branco' defendeu que o 'timing' da mesma não é o mais correto, acusando o Governo de apenas o ter feito para "não ficar cada vez mais desacreditado".
"Pôr, na última jornada, clubes a jogar em casa ou fora, é pô-los em desigualdade. Há jogos importantes, decisivos, e há clubes que vão poder contar com o apoio do público e há clubes que não vão poder ter esse mesmo apoio. E se serve para limpar esta atitude estúpida de permitir que em todos os espetáculos em recintos fechados haja milhares de pessoa e no desporto não, se isso vai minorar essa ideia vergonhosa, é realmente lamentável que não defendam a verdade desportiva e que não tenham feito pelo menos para as duas últimas jornadas para que todos os clubes tivessem oportunidade de ter o apoio do seu público", concluiu Pinto da Costa.
Champions no Estádio do Dragão. Adeptos vão ser todos testados
A Liga de Clubes anunciou, na quarta-feira, que a derradeira jornada pode ter adeptos nas bancadas até 10% da lotação do estádio, desde que sejam afetos ao clube visitado e apresentem um resultado negativo de um teste rápido à covid-19.
Os adeptos estrangeiros que viajarem para o Porto para assistir à final da Liga dos Campeões vão ficar menos de 24 horas em Portugal e serão todos testados à covid-19.
O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo Governo, após a reunião do Conselho de Ministros, na qual foram decididas as regras para a realização da final entre o Chelsea e o Manchester City, marcada para 29 de maio, no Estádio do Dragão,
"As pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões virão e regressarão no mesmo dia, com teste feito, em situação de bolha, ou seja, em voos charter, com deslocações para uma zona de espera. Daí irão para o estádio e depois para o aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas, numa permanência em bolha e com testes obrigatórios, feitos, em princípio, antes de entrarem no avião", disse a ministra de Estado e da Presidência.
Mariana Vieira da Silva confirmou ainda que o estádio poderá ter uma lotação máxima de 12 mil pessoas e que os lugares serão marcados e designados pela Direção-Geral da Saúde:
"Todos os bilhetes serão nominais e com lugares marcados."