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John Textor suspendeu acordo para aquisição de ações até às eleições no Benfica

Eleições no Benfica estão marcadas para 9 de outubro.

John Textor suspendeu acordo para aquisição de ações até às eleições no Benfica
Carl Recine

O investidor norte-americano John Textor anunciou esta terça-feira que suspendeu o acordo com José António dos Santos para a aquisição de 25% das ações da SAD do Benfica, até às eleições do clube.

"Eu e o sr. Santos acordámos previamente suspender a nossa relação contratual até os sócios do Benfica confirmarem a sua escolha para a liderança [do clube]", refere o investidor, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

Em julho, a Benfica SAD comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que José António dos Santos celebrou um acordo para vender a John Textor 25% do capital social da SAD.

A comunicação da Benfica SAD surgiu depois desta ter recebido informações do acionista José António dos Santos, conhecido como o 'rei dos frangos', relativas aos acordos firmados com o empresário norte-americano.

José António dos Santos "outorgou com John C. Textor, dois acordos para venda de um total de 5.750.000 ações ordinárias, escriturais e nominativas, representativas de 25 % do capital social da Benfica SAD, condicionado ao pagamento" até 15 de setembro "do preço total acordado", tendo sido adiantada a quantia de um milhão de euros, salientou na ocasião o comunicado.

Benfica quer mais informações para decidir compra das ações de Vieira

Já na segunda-feira, o Benfica considerou insuficientes os elementos que Luís Filipe Vieira apresentou para decidir se quer exercer o direito de preferência sobre as ações do antigo presidente.

O Benfica revelou em 7 de setembro que o antigo presidente do clube da Luz lhe dirigiu uma comunicação para exercer o direito de preferência sobre 3,28% das ações da SAD de que Luís Filipe Vieira é proprietário, na sequência de uma proposta de venda no valor de 7,80 euros por cada um dos 753.615 títulos, correspondendo a um valor global de quase 5,9 milhões de euros (5.878.197 euros).

A resposta da direção das 'águias', que é agora encabeçada por Rui Costa, ao antigo líder, salienta ainda que "estando em preparação um ato eleitoral, agendado para o dia 9 de outubro, na sequência da demissão dos membros da direção em funções, qualquer eventual comunicação para exercício de direito de preferência deveria, em atenção aos superiores interesses do Sport Lisboa e Benfica, ser comunicada de forma a poder ser analisada pela nova direção, em tempo adequado após início das suas funções".

O caso que levou à demissão de Luís Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos no início de julho numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do Benfica e Novo Banco, e está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.

No mesmo processo foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

O ex-presidente começou por suspender as suas funções no Benfica, mas, em 15 de julho, acabou por apresentar a sua demissão, sendo substituído pelo ex-futebolista Rui Costa, até então vice-presidente do clube e ex-administrador da SAD.

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