A seleção portuguesa de hóquei em patins deu na quinta-feira um passo importante rumo à presença na final do Campeonato da Europa, ao vencer a campeã em título Espanha, por 10-9, num duelo ibérico decidido por Rafa, em Paredes.
O hoquista do FC Porto marcou o golo decisivo a 14 segundos do fim, oferecendo a Portugal o único resultado que interessava, depois de a França ter vencido a Alemanha (5-2), a meio da tarde, remetendo a decisão sobre a dupla finalista da prova para a última jornada da fase de grupos, na sexta-feira.
Na classificação, a surpreendente França lidera isolada, com 10 pontos, seguida por Portugal, com os mesmos sete pontos da Espanha.
O jogo era de mata-mata, opunha o campeão do mundo Portugal ao europeu Espanha e não defraudou as expectativas da plateia que lotou o pavilhão e assistiu, mais uma vez, ao início tremido do combinado luso, que já perdia no primeiro minuto, após remate de Alabart.
Portugal até reagiu bem à desvantagem e empatou dois minutos depois por João Rodrigues, carregando sobre a Espanha, com Rafa, em dois momentos, a testar o portista Xavier Malian.
A calculista Espanha conseguiu, no entanto, voltar a expor as fragilidades defensivas de Portugal pouco depois numa transição rápida, com Pau Bargalló a finalizar com sucesso.
A resiliência lusa voltava a ser testada, e, uma vez mais, a resposta foi positiva, valendo o empate no minuto seguinte, por Gonçalo Alves, rápido a passar por trás da baliza do colega de equipa, numa reação que ia valer a merecida reviravolta, com tentos de Rafa e Hélder Nunes, este de livre direto.
Portugal ganhava dois golos de vantagem no último minuto, mas 21 segundos bastaram para a Espanha chegar ao empate, por Xavi Barroso e Pau Bargalló, num livre direto muito contestado pelo banco luso.
O fado português neste Europeu, com desatenções e falhas de marcação que têm valido golos aos adversários, repetiu-se no arranque da segunda parte. Xavi Barroso marcou aos 28 minutos e Panadero juntou outro aos 33, num parcial de 4-0 que só não foi mais pesado devido ao guarda-redes luso
Era Girão na baliza e Gonçalo Alves no ataque, numa receita que permitiu o empate, em duas penalidades, aos 34 e 41 minutos, respetivamente, mas a desejada recuperação esbarrou nos problemas habituais do conjunto luso, que provocou dois livres diretos seguidos aproveitados pelo experiente capitão Bargalló (42 e 43 minutos).
O sportinguista Feran Font falhou outro a seguir e a possibilidade de matar o jogo, antes de Hélder Nunes reduzir, também de livre, mas no mesmo minuto 46 o portista Xavi Barroso repôs a vantagem de dois golos, que o inevitável Gonçalo Alves tratou de limitar à diferença mínima, com um remate de longe, a dois minutos do fim.
O que se seguiu foi épico, com Portugal a marcar por duas vezes, no último minuto, conseguindo o que durante muito pareceu impossível, vencendo e ficando mais perto da final, num jogo louco marcado pelo poker de Bargalló e Gonçalo Alves.
Esta sexta-feira, a equipa nacional defronta Andorra às 21:45.