Desporto

Sporting SAD constituída arguida na operação "Penálti"

A Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD confirma não só que foi alvo de buscas aos seus escritórios por parte da Autoridade Tributária como também que foi constituída arguida.

Sporting SAD constituída arguida na operação "Penálti"
Tottenham Hotspur FC

Foi dos “três grandes” o que reagiu mais tarde. Horas depois dos comunicados do Benfica e do FC Porto, chegou às redações o do Sporting, mas com uma informação relevante: “confirmamos que a Sporting SAD foi constituída arguida”.

Em causa, referem os leões, estão “diversos contratos e transferências de jogadores de futebol, ocorridos no período compreendido entre 2015 e 2017” e confirma buscas, esta quarta-feira, “aos seus escritórios por parte da Autoridade Tributária (AT)”.

“A Sporting SAD está convicta de que o processo não terá impactos relevantes para a Sociedade, na medida em que a sua actividade, e em particular as transferências e contratos de jogadores, é auditada pelas entidades competentes, no estrito cumprimento da lei”, lê-se no comunicado.

Como tem sido prática do Conselho de Administração, a Sporting SAD continuará a colaborar com as autoridades competentes, prestando todos os esclarecimentos e juntando ao processo documentação diversa em sua posse, ao abrigo do princípio da colaboração e em prol da descoberta da verdade.

A AT esclarece que a operação que esteve esta quarta-feira no terreno, designada “Penálti”, está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e sob investigação estão factos que “tiveram origem em diversos procedimentos de inspeção levados a cabo desde o ano 2019 (…) tendo por base a análise de negócios relacionados com o universo do futebol profissional”.

Esses negócios, concluiu a AT, “terão visado ocultar ou obstaculizar a identificação dos reais beneficiários finais dos rendimentos subtraindo-os, por estas vias, ao cumprimento das obrigações declarativas e subsequente tributação devida em Portugal”.

Antes, ao início da tarde, já o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tinha confirmdo que “estão em curso mais de seis dezenas buscas, abrangendo instalações de sociedades, incluindo as sociedades anónimas desportivas do Sporting C.P., S.L. e Benfica e F.C. Porto, escritórios de advogados e de contabilidade, bem como diversas residências”.

Essas diligências, especificou, ocorreram "nas áreas de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal”.

Em causa, confirmou também o DCIAP estão “suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem”.

Os factos em investigação aconteceram entre 2014 e 2022, “com forte dimensão internacional” e com “indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros”.

Nas buscas participaram “cerca de 250 elementos”, dos quais inspetores tributários e aduaneiros, militares da GNR, magistrados do Ministério Público, magistrados judiciais, bem como representantes da Ordem dos Advogados.

[Notícia atualizada às 19:47]