Mão pesada contra o racismo no futebol é a mensagem que a Comissão Antiviolência espanhola quer passar depois de ter aprovado, esta segunda-feira, uma proposta de multas de 60.001 euros aos quatro homens detidos por terem pendurado numa ponte um boneco com a camisola do jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, e que tem sido alvo de diversos ataques racistas de adeptos em Espanha.
Além das multas, o organismo pede à justiça espanhola que sancione os quatro adeptos com a proibição de acederem a recintos desportivos durante os próximos dois anos.
O caso ocorreu em janeiro, quando foi encontrado um boneco, com clara alusão a Vinícius, pendurado numa ponta perto do centro de treinos do Real Madrid. “Madrid odeia o Real”, podia ler-se numa tarja colocada no local.
Os suspeitos acabaram identificados e detidos já em maio, pela Polícia Nacional. Têm entre 19 e 24 anos e pertencem ao grupo de ultras Frente Atlético, que apoia o Atlético de Madrid. O clube madrileno, assim como o Real, condenou publicamente o ataque dirigido a Vinícius, que aconteceu antes de um encontro entre as duas equipas para a Taça do Rei.
Os quatro adeptos estão em liberdade, indiciados de um crime de ódio, e proibidos de se aproximarem do atleta, do seu local de trabalho e dos estádios Santiago Bernabéu e Cívitas Metropolitano, em determinados jogos.
Foram ainda aprovadas multas de 5.000 euros e uma proibição de acesso a recintos desportivos durante um ano aos três homens identificados como autores de gestos racistas contra Vinícius, a 21 de maio, durante um jogo entre o Valência e o Real Madrid.