O jogadores do Al Ittihad, clube orientado pelo treinador português Nuno Espírito Santo, recusaram esta segunda-feira entrar num estádio no Irão, onde iriam defrontar o Sepahan, de José Morais, acabando mesmo por abandonar o estádio por motivos políticos.
30 minutos antes do apito inicial, os jogadores do campeão da Arábia Saudita recusaram-se a subir ao relvado, devido à presença de um busto de um antigo general iraniano Qasem Soleimani à saída do túnel de acesso ao terreno de jogo.
Segundo a imprensa saudita, o Al Ittihad queixou-se da existência da imagem de Soleimani, bem como de faixas de cariz político espalhadas pelo recinto. De acordo com a mesma fonte, elementos da equipa de Espírito Santo pediram aos observadores e à equipa de arbitragem a remoção da estátua, mas o Sepahan mostrou-se irredutível e o jogo acabou mesmo por ser cancelado.
Face a esta decisão, a comitiva do Al Ittihad abandonou o estádio, e por consequente o país, não se realizando assim o jogo referente à segunda jornada da Liga dos Campeões asiática.
A AFC (Confederação Asiática de Futebol), confirmou, em comunicado, que o jogo foi cancelado por "motivos inesperados" e que o caso vai agora ser analisado.
Quem é Qasem Soleimani?
Considerado o braço direito de Ali Khamenei, Qasem Soleimani foi comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária, uma unidade especial do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica do Irão, tendo sido morto a 3 de janeiro de 2020 num atentado norte-americano perto do aeroporto da capital iraquiana, de Bagdade.
Segundo investigações norte-americanas, Soleimani foi acusado de estar envolvido numa conspiração para matar o embaixador saudita em Washington e de liderar iniciativas que resultaram na morte de centenas de soldados norte-americanos no Iraque.