Fernando Madureira e a mulher vão pernoitar para Santo Tirso, por questões de segurança e também para não contactarem com os restantes 10 detidos que vão pernoitar na esquadra da Bela Vista, no Porto, explicou a jornalista da SIC Marta Sobral, no Jornal da Noite.
Para a investigação, Adelino Caldeira terá sido o autor moral de um plano que acabou com violência e desacatos, que remontam ao último 13 de novembro, no momento em que ecoavam as primeiras criticas à gestão de Pinto da Costa.
Sem segurança, e num clima de intimidação, a Assembleia-Geral foi adiada. Agora, o Ministério Público suspeita que o plano de silenciamento dos apoiantes de Vilas Boas terá sido da responsabilidade do administrador do Porto em conjunto com alguns dos arguidos.
O nome de Adelino Caldeira surge, de resto, uma única vez no despacho do juiz que ordenou as buscas a que a SIC teve acesso.
"Adelino Sá e Melo Caldeira, (…) através do oficial de ligação aos adeptos do FCP, Fernando Saúl de Sousa, Fernando Madureira e Sandra Madureira, definiram o que deveria ser colocado em prática para que lograssem a aprovação da alteração dos estatutos em benefício de todos os envolvidos e sem perda de regalias ,designadamente vendo garantido os seus ganhos tirados da bilhética para os jogos de futebol".
Durante a reunião magna, segundo o mesmo despacho, os apoiantes de Vilas Boas terão sido agredidos com garrafas de vidro e ameaçados caso não batessem palmas durante o discurso do presidente Pinto da Costa.
Adelino Caldeira já desmentiu qualquer envolvimento neste caso e acusa a Justiça de dar crédito a suspeições sem suporte. Caldeira não foi alvo de buscas, nem constituído arguido.
Esta quarta feira, a PSP não facilitou na hora de entrar na casa de Fernando Madureira, que há vários anos manda na claque do Porto.
Enquanto as diligências avançavam lá dentro, do lado de fora ficaram as Equipas de Prevenção e Reação Imediata e outras valências policiais, que apertavam o cerco a Madureira.
A mulher, Sandra, também foi detida para o primeiro interrogatório judicial. Ambos serão presentes a juiz, esta quinta-feira, para conhecerem as medidas de coação.
Durante as buscas, terão sido apreendidas três viaturas de alta cilindrada, documentos e milhares de euros em notas. Madureira é suspeito dos crimes de coação agravada, ameaça, instigação pública, atentado à liberdade de imprensa e arremesso de objetos.
Em comunicado, a PSP confirma outras 10 detenções, entre as quais Fernando Saúl, funcionário do Futebol Clube do Porto, e responsável pela ligação com os adeptos.
Tiago Aguiar também empregado do clube e Vítor Catão conhecido adepto portista e ex-presidente do São Pedro da Cova. Ao todo foram cumpridos
11 mandados de busca, durante os quais foram apreendidos vários milhares de euros, uma arma de fogo, cocaína e haxixe, e mais de uma centena de bilhetes para os jogos do Porto.
Entre os 12 detidos, um denominador comum: todos estiveram na Assembleia Geral do clube, a 13 de novembro.
Operação Pretoriano, assim chamou a PSP às buscas desta quarta-feira. A mesma expressão usada por Villas Boas quando anunciou após os incidentes da Assembleia Geral.