Desporto

PSP detém Fernando Madureira, líder dos Super Dragões

As autoridades procedem, esta quarta-feira, a várias buscas que visaram elementos da claque do FC Porto. Para além de Fernando Madureira, outras 11 pessoas acabaram detidas.

Fernando Madureira
Fernando Madureira
Octavio Passos/GETTY Images

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) ordenou mais de uma dezena de buscas domiciliárias e não domiciliárias a vários elementos dos Super Dragões por conta dos incidentes na assembleia-geral do clube, em novembro passado. O caso também estará relacionado com as ameaças a André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto.

As buscas, levadas a cabo pela PSP, foram realizadas na zona do Grande Porto ao início da manhã e culminaram na detenção de 12 pessoas, segundo um comunicado do Ministério Público.

Em causa está “a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”.

O líder da claque, Fernando Madureira, foi detido por esta força de segurança, assim como a esposa e, pelo menos, 10 outras pessoas ligadas ao grupo organizado de adeptos.

A Agência Lusa conseguiu apurar junto de uma fonte policial que entre os detidos está também Vítor Catão, adepto do FC do Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova.

A repórter da SIC, Márcia Silva Gonçalves, que se encontra junto à casa de Fernando Madureira, relata que o líder da claque dos ‘azuis e brancos’ não compareceu no DIAP, após a assembleia-geral que gerou confusão, para ser ouvido no âmbito do inquérito pedido pelo Ministério Público.

A jornalista conta ainda que três carros de alta gama, que pertencem a Fernando Madureira, foram rebocados esta quarta-feira pelas autoridades. Informa que Fernando Saúl, oficial de ligação aos adeptos do FC Porto - ‘speaker’ do Estádio do Dragão -, também integra a lista de detidos desta operação.

A SIC confirmou que Fernando Madureira e Vítor Catão já foram levados para a divisão de investigação criminal da PSP do Porto, sendo que os restantes detidos deverão ser distribuídos por várias esquadras da Invicta.

Adeptos trocaram agressões

A assembleia-geral em questão estava agendada para começar a partir das 21:00, num auditório do Estádio do Dragão, com capacidade para quase 400 pessoas, número largamente inferior à quantidade de sócios que se juntaram nas imediações, motivando a MAG a transferir os trabalhos para o Dragão Arena, que ultrapassa os 2.000 espetadores em dias de jogos.

A reunião magna reiniciou já depois das 22:30, mas várias pessoas abandonariam o local ao fim de pouco tempo, na sequência de altercações verificadas nas bancadas, conforme atestam vídeos divulgados nas redes sociais e relatos de sócios que conseguiram entrar.

No dia seguinte à realização da AG (14 de novembro), o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito aos incidentes ocorridos na sessão magna do clube.

"Tendo em conta os acontecimentos sucedidos na AG do FC Porto, que teve início em 13 de novembro, amplamente divulgados na comunicação social e suscetíveis de integrarem infrações criminais de natureza pública, foi determinada a instauração de inquérito, que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Procuradoria da República do Porto", dava conta a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, em comunicado.

As ameaças a Villas-Boas ocorreram também no final do ano passado. Em novembro, junto à sua habitação, o segurança do condomínio chegou mesmo a ser agredido e um dos muros da casa foi vandalizado.

Na altura, os Super Dragões negaram a autoria dos atos de vandalismo e violência e apelaram ao Ministério Público para que abrisse um inquérito e investigasse o caso.