O presidente do Benfica, Rui Costa, afirmou esta sexta-feira que Di María e Rafa abdicaram de milhões de euros para estarem nos lisboetas e considerou Aursnes o melhor lateral-direito da primeira volta da Primeira Liga.
"Percebo que haja muita questão à volta de Rafa e de Di María, porque estão a acabar contrato. Para poderem estar hoje no Benfica, abdicaram de muitos milhões de euros. O Di María, que tinha acabado de se sagrar campeão do mundo, abdicou de grandes contratos para poder voltar a vestir a nossa camisola", salientou, em entrevista à BTV.
Rui Costa abordou a situação dos dois avançados benfiquistas numa entrevista sobre o mercado de janeiro do clube, que culminou em 31 de janeiro com quatro contratações e sete saídas do plantel do campeão nacional Benfica, a meio da presente temporada.
"O Rafa teve, no início desta época, enormes propostas para sair do Benfica. Houve um compromisso das duas partes, em que o Rafa rejeitou propostas enormes para sair nessa fase e em que o Benfica prescindiu de valores, arriscando que saísse a custo zero no final da época. Tem sido uma das grandes épocas dele e o compromisso tem sido exemplar. Estarem a representar o Benfica nestas condições merece o nosso respeito e aplauso. Devemos estar gratos aos dois e veremos o que acontece no final da época", garantiu.
Quatro entradas e sete saídas
O líder encarnado explicou também as movimentações no mercado de transferências de janeiro, que findou com sete saídas e quatro contratações, com o intuito de melhorar e ajustar o plantel de futebol para os objetivos da época.
"Admitindo a carência de golos dos nossos avançados, entendemos que devíamos ir ao mercado contratar mais um avançado. O Marcos Leonardo foi possível contratar neste defeso só porque o Santos desceu de divisão. Aproveitámos também as boas relações com o Santos e, em termos financeiros, foi um negócio muito vantajoso para nós. Com 20 anos, já leva 50 golos no Santos e dá-nos garantias de presente e futuro. Penso que já tem mostrado o porquê da nossa vontade em trazê-lo já", explicou o dirigente.
O negócio de Marcos Leonardo foi efetivado por 18 milhões de euros, um valor que será pago apenas a partir da próxima época, revelou Rui Costa, enquanto o espanhol Álvaro Carreras foi contratado por cedência dos ingleses do Manchester United, tendo opção de compra.
"O Jurásek não teve o impacto que esperávamos e o Bernat infelizmente não esteve ao serviço do Benfica praticamente, pelas lesões que tem tido. Era necessário reforçar a lateral-esquerda, sobretudo. O Álvaro Carreras entronca na política desportiva, por ser um jovem de 20 anos, mas já com bom andamento nas pernas, titular nos sub-21 de Espanha e com escola de Real Madrid e Manchester United. Um jovem com qualidade técnica e acreditamos no potencial. Tivemos a sorte de o trazer neste defeso", realçou.
Em relação a Rollheiser e Prestianni, Rui Costa apontou que os extremos argentinos já estavam praticamente garantidos há algum tempo, o primeiro para ingressar somente na próxima temporada e o segundo para assinar em 31 de janeiro, quando fez 18 anos.
Por outro lado, as 'águias' viram sair sete atletas, entre eles o avançado internacional croata Petar Musa, que rumou aos norte-americanos do Dallas por nove milhões, mais três de bónus, um negócio que todas as partes envolvidas consideraram "vantajoso".
"O Petar Musa teve mais minutos do que os outros, mas, com a recuperação do Arthur Cabral e a aposta em Marcos Leonardo e Tengstedt, ia fazer com que um deles tivesse menos minutos. Foi um jogador influente várias vezes a sair do banco, mas fazia pouco sentido termos quatro avançados para jogar um", atirou.
Se o central brasileiro João Victor foi vendido ao Vasco da Gama por seis milhões, ao que se acrescem dois em bónus, que permitiu recuperar "praticamente tudo" o que tinha investido no jogador, já o lateral checo Jurásek, contratado no início desta época, foi emprestado aos alemães do Hoffenheim por 250 mil euros, com opção de compra.
Os portugueses Chiquinho e Gonçalo Guedes perderam espaço no plantel, o primeiro pelo surgimento de João Neves e Kökçü e o segundo devido a constantes lesões, com o médio a ser vendido aos gregos do Olympiacos por 500 mil euros, a poucos meses do término do seu contrato, e o extremo a ver terminado o empréstimo dos ingleses do Wolverhampton e a ingressar nos espanhóis do Villarreal, em duas "soluções ideais".
Por último, Rui Costa ainda detalhou as saídas definitivas de Lucas Veríssimo e Gabriel, que já não faziam parte do atual plantel, com o central a ser transferido para os qataris do Al-Duhail por oito milhões e o médio brasileiro a rescindir de forma amigável.