Desporto

Análise

Gyökeres, um "tabu" entre as contradições do Sporting

Questionado pela SIC, o Sporting diz que “não faz comentários sobre o boletim clínico dos jogadores", alimentando o mistério que rodeia o clube. Rui Borges tem sido apertado, mas não revela o que se passa com Gyökeres, que continua a jogar poucos minutos e num nível abaixo do que habituou os adeptos.

Gyökeres
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Faz um mês que Viktor Gyökeres não joga 90 minutos pelo Sporting. A última partida completa do avançado foi a final da Taça da Liga, perdida contra o Benfica, a 11 de janeiro. Desde então, foi titular em apenas um de sete encontros. O clube continua sem revelar qual é, afinal, a lesão do sueco.

Questionado pela SIC, fonte do Sporting diz que o clube “não faz comentários sobre o boletim clínico dos jogadores, a menos que se trate de uma situação grave ou de longa duração”, devido a “política do clube” e “uma questão de ética médica”.

O tema é controverso e Rui Borges tem sido apertado nas conferências de imprensa. No entanto, o véu continua por desvendar. “O adversário pode usar a lesão se eu a revelar”, justificou o treinador do Sporting, que recusa estar a fomentar um “mistério”.

“É uma gigantesca contradição”

No Jogo Aberto desta quarta-feira, Luís Aguilar afirma que “todo o discurso de Rui Borges é uma gigantesca contradição”.

“Ele diz que não pode dizer especificamente qual é o problema de Gyökeres porque pode dar armas ao adversário, mas na mesma conferência diz que o Sporting não está a 100% e que a equipa está em défice físico. Isto não é abrir muito o jogo sobre o estado atual da equipa? Ou é uma coisa ou é outra”, considera o comentador da SIC.

Marco Caneira, por sua vez, acrescenta que o “Sporting é uma empresa cotada em bolsa” e Gyökeres “é o ativo mais importante desta sociedade e do plantel”, pelo que “as explicações devem ser dadas”.

No fundo, tanto o mercado, como o público em geral e, principalmente, os adeptos do Sporting querem saber o que se passa com o melhor marcador do futebol português e um dos melhores do mundo.

“O tabu tem sido alimentado pelo Sporting. Tudo isto poderia ter sido resolvido pela comunicação do clube e pelo departamento médico, como tantos clubes fazem”, atira Luís Aguilar, lembrando que a situação de Pedro Gonçalves - jogou pela última vez na despedida de Amorim, em Braga, a 10 de novembro do ano passado - também merecia esclarecimentos.

Sampaio lembra cirurgia no início da época

Márcio Sampaio, preparador físico que trabalhou muitos anos com Jorge Jesus, esteve no Jogo Aberto para comentar o caso.

“Ninguém sabe sabe qual é a real lesão dele, mas é importante dizer que muitas vezes os jogadores treinam condicionados porque sentem que se ficarem parados muito tempo vão perder condição física”, diz Márcio Sampaio.

O preparador físico português lembra ainda que Gyökeres foi operado no início da temporada e que “a questão dos poucos minutos pode ter a ver com isso”. “Há jogadores que treinam durante 20 minutos e depois começam a sentir dores."