Economia

Ministério alerta que falta de pagamento de portagens só prescreve ao fim  de dois anos, mesmo nas viaturas estrangeiras    

O Ministério da Economia alertou hoje  que "todas as infrações" que resultarem do não pagamento de portagens nas  antigas SCUT estão "registadas" e só prescrevem ao fim de dois anos, mesmo  nas viaturas de matrícula estrangeira.

(Lusa/Arquivo)
Arménio Belo

Questionada pela Lusa sobre a alegada impossibilidade técnica de registo  de matrículas estrangeiras pelos pórticos virtuais de cobrança, fonte do  Ministério da Economia e Emprego (MEE) garantiu que o sistema "permite a  deteção de dispositivos eletrónicos, em conformidade com o Serviço Eletrónico  Europeu de Portagem".

"Para além disso, no caso dos veículos que não se encontrem equipados  com um dispositivo eletrónico, o sistema permite que a cobrança da taxa  de portagem seja realizada com recurso à imagem da matrícula do veículo",  esclarece.

Uma declaração que surge depois do desafio lançado pelo Eixo Atlântico  aos condutores galegos, garantindo que poderiam viajar "tranquilos" pela  antiga SCUT A28, dada a alegada dificuldade.

Segundo o MEE, os mecanismos existentes "permitem a recolha da imagem  e o reconhecimento automático ou manual da matrícula do veículo, seja esta  nacional ou estrangeira".

Esclarece, ainda, que no caso dos veículos de matrícula estrangeira,  as concessionárias "procedem ao envio diário das respetivas transações aos  CTT, com vista à cobrança dessas viagens aos utentes que tenham adquirido  os produtos específicos", como títulos válidos para 3 dias, pré-carregamentos  e percursos definidos.

"Todas as infrações resultantes da falta de pagamento das taxas de  portagem encontram-se registadas e só prescrevem ao fim de dois anos", alerta  o MEE.

Esta segunda-feira, o Eixo Atlântico começou a difundir, na Galiza,  um comunicado em que apelava a uma "viagem tranquila" para Portugal, através  da A28, informando que os pórticos de cobrança "tecnicamente" não conseguem  ler as matrículas estrangeiras.

"Estamos a 01 de agosto e temos de salvar o turismo do Norte de Portugal",  explicou Xoán Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, que reúne autarcas  do Norte e da Galiza.

Nesta nota enviada aos órgãos de comunicação galegos, o eixo "encoraja  os turistas espanhóis a viajarem sem medo a Portugal", com Xoán Mao a sublinhar  que "não se trata de um apelo à desobediência", mas um aviso da "dificuldade  material" que os condutores galegos terão em executar o pagamento.

"Estamos a tentar que Portugal não deixe perder o mês de agosto, em  termos turísticos, o que levaria ao encerramento de muitos negócios", esclareceu  ainda, demonstrando a "convicção" de que o Governo "manterá a tolerância"  para com os condutores estrangeiros, tendo em conta as dificuldades que  sobretudo os galegos enfrentam para pagar a utilização da A28, entre a fronteira  e a cidade do Porto.

Sem esclarecer qual será a postura a adotar, o MEE lembrou que "no arranque  da cobrança de portagens, e tendo em conta algumas dificuldades práticas  de adaptação ao novo sistema", as operadoras dos sistemas de cobrança "desenvolveram  desde então um esforço de sensibilização e divulgação das opções de pagamento  disponíveis".

Lusa