Economia

Estaleiros de Viana acordam construção de dois navios asfalteiros para a estaleiros Venezuela

A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e a empresa de petróleos da Venezuela (PDVSA) chegaram a acordo para retomar a construção de dois navios asfalteiros, anunciou à Lusa fonte oficial do Ministério da Defesa.

O processo de venda do equipamento deverá estar concluído em setembro ou outubro.

O acordo foi alcançado segunda-feira, na Venezuela, entre uma delegação  da empresa portuguesa e a PDVSA Naval, estando prevista a entrega dos dois  navios para março de 2014, num negócio de 128 milhões de euros. 

O aditamento ao contrato inicial, agora acordado, prevê, entre outros  pormenores, a "recalendarização de todo o processo de construção", além  de três etapas entretanto esgotadas. 

"A empresa já estava em incumprimento com a PDVSA e com este acordo  deixou de o estar. Passaram a estar definidos novos prazos para estas etapas  que não tinham sido concretizadas e para o restante processo de construção",  acrescentou a fonte. 

Até junho de 2011, os pagamentos efetuados aos ENVC pela Venezuela -  cerca de nove milhões de euros -, foram utilizados, acrescentou a mesma  fonte, noutras obrigações da empresa "que não relacionadas com o contrato",  o que "dificultou" o cumprimento das várias fases de construção. 

"A negociação prolongou-se pelos últimos meses e foi muito exigente.  Com este acordo fica sanado o incumprimento contratual dos ENVC, que estão  agora em condições de lançar os processos concursais para aquisição de equipamentos  e matéria-prima", sublinhou a fonte. 

Além disso, este aditamento ao acordo assegura que o negócio permanece  na carteira de encomendas dos ENVC, estando o retomar da construção dependente  da aquisição de material, sujeita às regras da contratação pública que vinculam  a empresa, e também do processo de reprivatização em curso. 

Esta é já a segunda revisão ao contrato, depois das alterações dos prazos  de entrega negociadas no início deste ano, para março de 2014, ou seja um  ano de atraso face ao primeiro acordo, celebrado em 2010. 

A negociação arrastava-se desde junho e implicou visitas de delegações  dos ENVC à Venezuela, para acerto das várias adendas. 

Trata-se do único contrato ativo na carteira de encomendas da empresa  e representa cerca de 1,3 milhões de horas de trabalho para construção de  dois navios com 188 metros de comprimento para transporte de asfalto.