Economia

Ministra admite que convergência das pensões e tabela da função pública podem ir parar ao Tribunal Constitucional

A ministra das Finanças defendeu hoje a constitucionalidade  da convergência das pensões da Caixa Geral de Aposentações e a tabela remuneratória  da função pública, mas admitiu que estas medidas têm elevada probabilidade  de serem analisadas pelo Tribunal Constitucional.  

(Lusa)
JOAO RELVAS

A responsável pela pasta das Finanças, que falava aos jornalistas no  final da reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo, apontou a convergência das  pensões da Caixa Geral de Aposentações e a tabela remuneratória do setor  público como "as questões mais óbvias em que pode vir a ser suscitada uma  questão de constitucionalidade". 

Maria Luís Albuquerque adiantou ter sido questionada esta tarde por  vários ministros das Finanças sobre o processo constitucional em Portugal  e que admitiu no encontro do Eurogrupo que existem "algumas questões cuja  constitucionalidade naturalmente virá a ser suscitada". 

A ministra de Estado e das Finanças vincou contudo que "o que Governo  está a fazer é a fundamentar as decisões e as propostas de lei que submete  à Assembleia da República quanto à sua constitucionalidade, quanto à sua  necessidade, a sua racionalidade e razoabilidade". 

"Como tal, entendemos que  (as propostas orçamentais) estão em condições  de serem consideradas constitucionais, embora saibamos que até que o TC  se pronuncie sobre elas, caso seja suscitada a verificação da constitucionalidade,  há objetivamente um risco", referiu. 

Maria Luís Albuquerque frisou que caso os juízes do Palácio Ratton decidam  pela inconstitucionalidade de alguma medida "isso significa que as metas  que foram acordadas para a conclusão do programa ficam em risco e que será  necessário que sejam tomadas outras medidas que garantam o cumprimento das  metas que foram acordadas". 

"O Governo não tem, como já foi referido, um plano B, nós estamos convencidos  que estas são as medidas corretas, as medidas foram desenhadas na sequência  de um estudo aprofundado sobre a necessidade de contrair mais a despesa  pública", sustentou. 

Albuquerque referiu que em 2012 a decisão do TC sobre a suspensão dos  subsídios dos trabalhadores do setor público e pensionistas levou a um aumento  de impostos por parte do Governo, mas que a proposta orçamental para 2014  trará "o equilíbrio pensado inicialmente", com o ajustamento orçamental  feito "dois terços do lado da despesa e um terço do lado da receita". 

Lusa