Os responsáveis pelo exame a Portugal escrevem que o melhor seria terem sido feitos cortes a eito nos salários e pensões pagos pelo Estado, mas que o Governo recusou, pela oposiçao política e pelos riscos de serem chumbados pelo Constitucional.
Os cortes são progressivos, acima de limiares mínimos estabelecidos no Orçamento. Mas o FMI acha que assim vai ser mais difícil garantir a poupança prevista para o Estado.
Sobre a reforma do IRC, a instituição diz que até pode ter um impacto positivo na economia, mas alerta para o risco de baixar a receita do Estado. O FMI exige que o Governo encontre medidas alternativas para substituir ess perda de receita. Diz ainda que a baixa do IRC pode favorecer mais as empresas nos setores não transacionáveis, como a energia, sem beneficiar as PME.
Os responsáveis do FMI insistem que Portugal tem de reduzir os salários e as indemnizações por despedimentos, para melhorar a competitividade do país. No entanto, o relatório revela que o Governo se opôs a esta estratégia.
Por último, defende que há riscos de Portugal não conseguir voltar aos mercados em pleno a partir de junho do próximo ano. Por isso é necessário que a Europa garanta apoio adicional ao país. Isto é, o FMI sugere, sem referir expressamente, que Portugal precisa de ter acesso a um programa cautelar.
Nota positiva no final, o FMI considera que a economia portuguesa já bateu no fundo e destaca os sinais de recuperação que já são visíveis.