Economia

Governo quer baixar IRS em 2015

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse  hoje que o Governo quer começar a baixar o IRS em 2015, "deixando mais dinheiro  disponível para as famílias", e procura um acordo com o PS para baixar o  IRC em quatro anos. 

Andre Kosters

"Queremos em 2015 começar a baixar o IRS, que se viu aumentado nos últimos  anos. E isso tem a ver com o rendimento disponível das famílias", disse  Portas num fórum empresarial em Madrid, onde também assumiu o desejo de  baixar o IRC. 

Paulo Portas falava em Madrid perante centenas de empresários e responsáveis  de empresas espanholas e multinacionais, no Fórum de Alumni da IE Business  School, onde foi o convidado principal. 

Em diálogo com Guillermo de la Dehesa, presidente do International Advisory  Board da IE, Portas admitiu que falta "recuperar muito" no capítulo do investimento,  algo que obriga, por isso, a ter um imposto de sociedades mais "competitivo"  para investidores internacionais. 

"Gostaríamos de cortar 10 pontos mas não o podemos fazer. Estamos à  procura de um acordo com o principal partido da oposição para reduzir 2,5%  por ano nos próximos quatro anos. Isso transformará o imposto de sociedades  num dos mais competitivos da Europa e isso é um fator importante para atrair  investimento", disse, referindo-se ao IRC. 

Portas referiu-se ainda ao trabalho do executivo no conjunto de reformas  levadas a cabo nos últimos dois anos, com destaque para a redução da burocracia.

Apesar da vontade de baixar impostos, Paulo Portas recordou que o memorando  com a troika "não permite descidas até ao final do programa" de assistência  financeira internacional, motivo pelo qual o executivo quer, quanto antes,  recuperar a soberania do país. 

"Estamos a pensar no tema família, em baixar o imposto sobre o trabalho,  o imposto mais pessoal. Mas é necessário que se saiba que pelo memorando  não podemos baixar impostos. E por isso é tão importante cumprir e recuperar  a nossa soberania", afirmou. 

Portas sublinhou ainda que, do ponto de vista do financiamento, a situação  europeia continua a ser "muito injusta para as empresas, que pagam pelo  'rating' dos países e não pelas suas performances como empresas".  

"E é injusto que empresas com magnífica performance em Portugal ou Espanha  tenham que pagar juros muito mais altos que outras empresas, talvez com  pior performance, mas que estão no norte da Europa", disse. 

Paulo Portas afirmou que é vital que Portugal tenha uma atitude "hiperativa,  competitiva e pragmática na captação de investimento externo". 

"Tenho uma visão pragmática da relação internacional. Não vou distinguir  regimes. Não vou fazer política com o comércio. Tendo adaptar aos interesses  de Portugal as relações com os países com os que estamos a trabalhar", frisou.

 

Lusa