Economia

Bruxelas notifica Portugal a rever condições de professores com contrato a prazo

A Comissão Europeia instou hoje Portugal a pôr fim ao "tratamento discriminatório" dos professores que trabalham com contratos a termo nas escolas públicas, ameaçando recorrer para o Tribunal de Justiça da União Europeia caso tal não suceda.

(Reuters)
© Eric Gaillard / Reuters

O executivo comunitário exortou o Estado português a "rever as condições  de emprego dos professores com contrato a termo" depois de ter recebido  "um grande número de queixas", alegando que professores que trabalham nesta  situação "são tratados de forma menos favorável do que o pessoal efetivo  com funções equivalentes".  

Em especial, sublinha Bruxelas, os professores em causa "estão a ser  empregados ao abrigo de contratos de trabalho a termo sucessivos durante  muitos anos, o que os coloca em situação de emprego precário, apesar de  exercerem essencialmente funções de pessoal efetivo" e "o direito nacional  não prevê medidas eficazes com vista a evitar tais abusos". 

"Além disso", sublinha Bruxelas, estes docentes "recebem um salário  inferior ao que é auferido pelo pessoal efetivo com experiência profissional  equivalente", uma situação que, segundo a Comissão, é contrária à diretiva  (lei comunitária) relativa aos contratos de trabalho a termo. 

A notificação hoje enviada para Lisboa constitui o segundo passo de  um processo de infração movido pela Comissão Europeia contra um Estado-membro  e o último antes de um eventual recurso perante o Tribunal de Justiça da  União Europeia, o que, neste caso, adverte Bruxelas, poderá acontecer dentro  de dois meses, se durante este prazo Portugal não notificar a Comissão das  medidas tomadas "para se conformar plenamente com o disposto na diretiva".

Lusa