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Fenprof considera "catastrófico" resultado do concurso nacional de professores

A Fenprof defendeu hoje que o resultado do  concurso nacional de colocação de professores, hoje divulgado, "é catastrófico",  considerando que o processo "foi uma farsa" e acusando o Ministério da Educação  de ser a principal "agência de desemprego docente". 

NFACTOS/FERNANDO VELUDO/LUSA

Em comunicado, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) afirmou  que os resultados do concurso hoje conhecidos "não servem as necessidades  das escolas e dos professores", mas sim as do Ministério, que acusam de,  ao longo dos últimos dois anos, se ter "dedicado a tomar medidas para destruir  o emprego docente". 

A Fenprof sublinha que apenas três professores conseguiram colocação  nos quadros do Ministério da Educação e Ciência (MEC), entre mais de 45  mil contratados e desempregados que se candidataram, e que 98,5% dos docentes  em Quadro de Zona Pedagógica (professores que têm uma determinada zona geográfica  para serem colocados) não conseguiram uma colocação em quadros de escola  ou quadros de agrupamentos de escolas. "Perante esta situação, a Fenprof reafirma o fracasso da política educativa  deste governo que, desperdiçando recursos devidamente qualificados e em  que o Estado português investiu, opta por garantir uma oferta insuficiente  para as necessidades e até para a procura de alguns cursos que ou não são  autorizados ou são engolidos pela sofreguidão dos estabelecimentos de ensino  privado", lê-se no comunicado da federação sindical. 

"Colégios que, pelo que muitos diretores de escolas públicas têm denunciado,  poderão estar a garantir, no maior secretismo, a atribuição de mais turmas  e mais cursos para o próximo ano letivo", acrescenta-se no documento. 

A Fenprof entende mesmo que há "uma deliberada política orientada para  extinguir postos de trabalho", com objetivos de reduzir despesa e de retirar  meios de resposta ao ensino público, para favorecer os sistemas privados. "A Fenprof não deixará de confrontar o MEC/Governo com os resultados  agora conhecidos, e aprofundará a luta contra as políticas que produzem  tais resultados", concluiu a federação, no comunicado hoje divulgado. 

A Direção-Geral da Administração Escolar anunciou hoje a colocação de  1.344 profissionais no Concurso Nacional Interno e Externo para as vagas  disponíveis para educadores de infância e professores dos ensinos básico  e secundário, para 75.401 candidaturas.  Foram disponibilizadas 618 vagas e encerradas 253 "vagas negativas"  (lugares indicados pelas escolas como a encerrar caso haja saída de professores  daquele grupo), refere uma informação do Ministério da Educação, acrescentando  que mudaram de escola 1.147 professores de quadros de agrupamento de escolas  e escolas não-agrupadas (QA/QE). 

Por outro lado, 188 docentes de Quadro de Zona Pedagógica (QZP) passaram  a QA/QE, seis professores em licença sem vencimento de longa duração obtiveram  vaga e três docentes, até então não pertencentes aos quadros do Ministério  da Educação e Ciência, obtiveram igualmente vaga no quadro de escola ou  quadro de agrupamento de escolas. 

Lusa