Economia

CGTP quer fiscalização do Orçamento e acusa Cavaco de não defender Constituição

O secretário-geral da CGTP vai solicitar  hoje "reuniões urgentes" aos vários agrupamentos parlamentares, reclamando  a fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado de 2014, enquanto acusa o Presidente da República de não defender a Constituição.  

Líder da CGTP, Arménio Carlos (Lusa/Arquivo)
© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

O líder da intersindical reagia desta forma à mensagem de Ano Novo do  Presidente da República, em que Cavaco Silva não esclareceu se pedirá ao Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado de 2014. 

"Creio que foi uma declaração que pode corresponder aos interesses partidários  do PSD e do CDS, mas que vai contra a Constituição da República Portuguesa  e é contraditória até com o desígnio dos direitos de cidadania defendidos  pelo senhor Presidente da República", afirmou hoje Arménio Carlos. 

De visita aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, onde se reúne com  os trabalhadores da empresa pública, o secretário-geral da CGTP recordou  as "centenas de milhares de desempregados que neste momento não recebem  sequer um cêntimo de subsídio" ou a "fome que regressa ao país" para criticar  as opções do Governo. 

"Já não estamos apenas e só a falar de direitos gerais, estamos a falar  em Direitos Humanos, que são indissociáveis não só do que está consagrado  na Constituição da República Portuguesa, como na carta social europeia e  na carta dos Direitos Humanos", apontou ainda. 

Por isso mesmo, Arménio Carlos critica a mensagem de Cavaco Silva, na  qual renovou o apelo às forças políticas para um "compromisso de salvação  nacional", a exemplo do que fez em julho, após a crise política do verão,  considerando que os portugueses beneficiariam desse acordo no período `pós-troika

"É uma declaração que não corresponde aquilo que é o país real. Por  isso mesmo nós continuámos a pensar que este Orçamento do Estado está ferido  de um conjunto de inconstitucionalidades", disse Arménio Carlos. 

Acrescentou que a CGTP vai pedir, hoje mesmo, "reuniões urgentes" aos  vários partidos representados na Assembleia da República. 

"Para que seja solicitada a fiscalização sucessiva  do Orçamento do  Estado, que neste momento se justifica", rematou.