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Reformados criticam PR por não enviar OE2014 para Tribunal Constitucional

A associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados (Apre!) criticou hoje o Presidente da República por não ter enviado o Orçamento do Estado para o Tribunal Constitucional e disse esperar que os partidos da oposição peçam uma fiscalização sucessiva.

(Lusa/Arquivo)
ANTÓNIO COTRIM

Classificando a decisão do Presidente como "uma demissão" das suas obrigações,  a Apre! concluiu, num comunicado hoje divulgado, que "medidas como a Contribuição  Extraordinária de Solidariedade (que, no ano de 2013, foi alvo de verificação  da constitucionalidade a pedido do Sr. Presidente), os cortes nas pensões  de sobrevivência e os cortes nos complementos de reforma, não causam dúvidas  de constitucionalidade" a Cavaco Silva. 

Na sua habitual mensagem de Ano Novo, o Presidente não esclareceu se  pedirá ao Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva do Orçamento  do Estado de 2014, ao contrário do que aconteceu há exatamente um ano com  o orçamento de 2013.  

Cavaco Silva renovou o apelo às forças políticas para um "compromisso  de salvação nacional", a exemplo do que fez em julho, após a crise política  do verão, considerando que os portugueses beneficiariam desse acordo no  período `pós-troika. 

No comunicado, a Apre! espera que os partidos da oposição enviem ao  Tribunal Constitucional o pedido de fiscalização sucessiva das medidas,  "aparentemente inconstitucionais para, no caso de se vir a ser confirmada  a sua inconstitucionalidade, serem corrigidas as injustiças previstas neste  Orçamento". 

A associação tinha elogiado recentemente Cavaco Silva, depois de o Presidente  ter defendido, a 21 de dezembro, a necessidade de ter um "olhar particular"  para os reformados, considerando que não se pode "empurrá-los para o grupo  dos novos pobres".  

"Os reformados já não têm forças para conseguir corrigir o percurso,  o rumo das dificuldade e, por isso, nós não podemos de forma nenhuma empurrá-los  para o grupo dos novos pobres, aqueles que passam por uma pobreza envergonhada",  afirmou na altura o chefe de Estado.