Economia

Deco avisa que consumidores pagam gás de botija que não consomem

A associação de defesa dos consumidores Deco  alertou hoje para os desperdícios de gás de botija pagos pelos consumidores,  que podem chegar aos 72 euros anuais no consumo de uma garrafa por mês.

© STR New / Reuters

Segundo a Associação de Defesa do Consumidor, para quem compra uma botija  de gás por mês, o desperdício que fica na garrafa representa 72 euros anuais,  o que corresponde ao custo de quase três garrafas. 

"Numa botija de gás butano existem sempre cerca de 300 gramas de gás  que são devolvidos à marca, mas se for usada num esquentador a quantidade  de gás que não é queimado e volta para a marca ronda os 3 quilos", afirma  a Deco.  

O Governo ficou de apresentar hoje um estudo sobre os preços do gás  natural e do gás de botija e o Governo, mas, segundo o gabinete de Jorge  Moreira da Silva, o documento será entregue na quinta-feira aos deputados.

De acordo com a TSF, o ministro do Ambiente vai avançar com um preço  de referência para o gás de botija, decisão que terá sido tomada na sequência  de um estudo que indica que o preço do gás de botija é superior em 50% ao  preço do gás natural. 

"Ao considerarmos que 58% dos lares consomem gás butano, se os consumidores  usarem 12 garrafas por ano e devolverem cada uma com quase 300 gramas, as  marcas têm um ganho anual mínimo que ronda os 16 milhões de euros", estima  a associação, defendendo uma revisão da forma como o gás é vendido. 

A Deco avaliou a quantidade de gás que vem nas botijas, face ao anunciado,  e verificou se ficam mesmo vazias, na sequência de alertas recebidos de  vários consumidores. 

Foram analisadas 40 botijas adquiridas no Algarve e nas zonas de Lisboa  e Porto. 

"O problema maior é quando a botija só é usada no esquentador. Se puder  também colocá-la no fogão, gaste aí o gás remanescente", aconselha a Deco  em comunicado. 

Mesmo assim, nunca é queimada a totalidade do gás, sobrando em média  285 gramas, avisa. 

A Deco defende medidas que impeçam que os consumidores sejam lesados  e que reforcem o controlo da qualidade e segurança, sugerindo a inscrição  de informações na garrafa como a data, o lote e o local de enchimento, com  caráter obrigatório. 

A associação diz ser fundamental que entre em pleno funcionamento, o  mais rapidamente possível, a recém-criada Entidade Nacional para o Mercado  de Combustíveis. 

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