Economia

BE diz que "não há saída" da troika mas "agudização da austeridade"

A coordenadora do BE considerou hoje que a discussão  sobre a saída de Portugal do programa de assistência financeira tem "pouco  sentido", porque "não há saída" e continua a "agudização da austeridade"  e o "empobrecimento" do país. 

Nesse âmbito, a coordenadora do BE apelou aos portugueses que não aceitem  a precariedade contra a Constituição, os salários, as pensões e os serviços  públicos (SIC)
António Cotrim

"Esta discussão sobre a saída tem sido feita com pouco sentido. O que  sabemos é que não há saída, nem limpa, nem cautelar", disse Catarina Martins  aos jornalistas, em Beja, durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja.

A última semana "provou isso mesmo", disse, referindo que a 'troika'  esteve em Portugal "a mexer nas reformas, nos impostos, nas contribuições  pagas pelos trabalhadores para o futuro, não saiu. Está cá e o que vemos  é a agudização da austeridade, o empobrecimento do país a continuar". 

"Saída limpa talvez só para os milionários que foram sendo criados ao  longo destes anos de 'troika', para as fortunas que aumentaram, para o sistema  financeiro que se sentiu resgatado", afirmou. 

Quem "trabalha e vive" e quem "quer trabalhar" em Portugal, "de facto,  o que vê é que, com este Governo e com esta política, mantém-se a 'troika',  a austeridades e por décadas", lamentou. 

"Não há nenhuma saída limpa sobre a destruição do país e se continuamos  a aceitar a imposição em Portugal das políticas do BCE, da Comissão Europeia  e do Fundo Monetário Internacional", defende. 

Por outro lado, "eles reconhecem que vão estar" em Portugal "todos os  anos para fiscalizar o país e podem até impor multas se não gostarem do  rumo da política", frisou, lembrando também que PS, PSD e CDS-PP aprovaram  o Tratado Orçamental, que não é europeu, mas intergovernamental, que "impõe  a austeridade durante gerações". 

"Aceitando esta política, estas imposições", como "mais impostos" e  "mais contribuições sobre os rendimentos dos trabalhadores", "não há nenhuma  saída e, pelo contrário, a austeridade agudiza-se e o empobrecimento permanece",  frisou Catarina Martins. 

Questionada sobre qual a forma de saída de Portugal do programa de assistência  financeira que o primeiro-ministro irá anunciar no domingo, Catarina Martins  disse que "não tem nenhum sentido especular sobre as palavras" de Pedro  Passos Coelho, porque, "é muito dado a dizer uma coisa e depois acontecer  o contrário". 

Lusa