Economia

CGTP recusa-se a  negociar retirada de direitos laborais

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos,  recusou hoje qualquer possibilidade de negociação das três propostas governamentais  de alteração ao Código do Trabalho, que considera inconstitucionais e destruidoras  da contratação coletiva.  

"Não aceitamos nenhuma negociação com base nas propostas que conhecemos  e que visam roubar os trabalhadores portugueses", disse Arménio Carlos em  conferência de imprensa após uma reunião da Comissão Executiva da central  sindical. 

O Governo enviou na quinta-feira aos parceiros sociais três projetos  de propostas de lei com alterações ao Código do Trabalho que vão ser discutidas  na reunião de terça-feira da Comissão Permanente de Concertação Social.

Um dos projetos propôe que a redução do pagamento do trabalho extraordinário  se mantenha até ao final do ano. Os outros dois propôem a alteração do regime  de sobrevigência e caducidade das convenções coletivas, reduzindo os respetivos  prazos. 

Quando as convenções coletivas deixam de vigorar, os trabalhadores ficam  abrangidos pela lei geral de trabalho. "Não há margem de manobra para negociar estas matérias. Seria aceitar  reduzir os direitos aos trabalhadores e nós não aceitaremos nenhuma proposta  que vise reduzir os direitos aos trabalhadores", afirmou Arménio Carlos.

Para o sindicalista, as propostas do Governo têm como objetivo a liquidação  da contratação coletiva. "Este é o maior ataque ao direito do trabalho e à contratação coletiva  enquanto instrumento de progresso e de equilíbrio das relações laborais",  disse aos jornalistas, salientando a inconstitucionalidade das propostas.

A comissão executiva da Intersindical decidiu, para tentar contrariar  a situação, solicitar audiências aos grupos parlamentares e a várias entidades  da sociedade para lhes fazer ver a gravidade das propostas. 

A Inter apelou ainda aos trabalhadores para que manifestem o seu protesto  participando nas ações que a central marcou para maio e junho e para que  usem o voto, a 25 de maio, para manifestar o seu repúdio pelas políticas  seguidas pelo Governo.  

 

        

 

Lusa