Economia

Espírito Santo Financial deixa de integrar o PSI20 a partir de terça-feira

O Espírito Santo Financial Group (ESFG) diz  adeus ao principal índice da bolsa portuguesa na terça-feira, uma vez que  a negociação das suas ações está suspensa desde o passado dia 10 de julho,  anunciou hoje a Euronext. 

A ABESD contratou já os serviços de um escritório de advogados e pretende fazer sessões de esclarecimento junto dos associados.

A decisão foi tomada a nível internacional pelo comité da gestora da  bolsa portuguesa, que justificou a decisão devido "à extensão do período  de suspensão" da negociação dos títulos do ESFG, estando disponível no calendário  de eventos da Euronext. 

A 'holding' que é o maior acionista do Banco Espírito Santo (BES), com  cerca de 20%, sai do índice com uma valorização relativa ao "último preço  conhecido no cálculo do índice", segundo a Euronext, isto é, 1,185 euros  por ação, correspondente a uma capitalização bolsista de 245,4 milhões de  euros. 

Os títulos do ESFG sofreram uma forte desvalorização desde que foram  tornados públicos graves problemas na área não financeira do Grupo Espírito  Santo (GES). 

Na última sessão bolsista de 2013, os papéis do ESFG contavam com um  preço unitário de 4,858 euros na praça portuguesa e, a 10 de julho, no último  dia em que foram negociados, estavam cotados nos 1,185 euros por ação. 

A empresa perdeu mais de 75% do seu valor em 2014, valendo em meados  de julho quatro vezes menos do que no final do ano passado. Foi a 10 de julho que o ESFG anunciou a suspensão da negociação de ações  e obrigações da empresa em Lisboa e no Luxemburgo. 

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM),  a empresa explicou que a decisão foi tomada devido "a dificuldades materiais  em curso", especialmente do seu maior acionista Espírito Santo Internacional  (ESI).  O ESFG decidiu assim suspender as ações - incluindo as obrigações emitidas  pela sua subsidiária Espírito Santo Financire - na sequência da sua exposição  à ESI. 

Na passada sexta-feira, a ESI revelou que se candidatou ao regime de  gestão controlada no Luxemburgo por não estar "em condições de cumprir as  suas obrigações" no que respeita ao pagamento das dívidas. 

Em comunicado, a empresa adianta que o regime de gestão controlada permitirá  defender os interesses dos "credores de forma transparente e ordenada sob  o controlo dos tribunais". "Atualmente, a ESI não está em condições de cumprir as suas obrigações,  devido à maturidade de uma parte significativa da sua dívida", explica a  'holding' do GES. 

A ESI é a 'holding' de topo do GES e detém 100% da Rioforte, que é responsável  pela gestão dos negócios de imobiliário, turismo, agricultura, saúde e energia  do GES. Através da Rioforte, a ESI detém uma participação indireta (49%) na  Espírito Santo Financial Group S.A (ESFG) que gere os interesses do grupo  no setor financeiro, nomeadamente, no Banco Espírito Santo (BES), em Portugal,  no Banque Privée Espírito Santo na Suíça e na seguradora portuguesa Tranquilidade.

 

     

Lusa