Economia

Tribunal do Luxemburgo aprova gestão controlada da Espírito Santo International

O Tribunal de Comércio do Luxemburgo aprovou hoje o pedido de gestão controlada apresentado pela Espírito Santo International (ESI), que declarou a 18 de julho não estar "em condições de cumprir as suas obrigações" quanto ao pagamento das dívidas.

As ações do banco agora liderado por Vítor Bento voltaram a bater o  mínimo histórico, no dia em que a instituição vai divulgar os resultados  da atividade durante os primeiros seis meses do ano. 
© Rafael Marchante / Reuters

Em comunicado, o Tribunal luxemburguês diz que "declarou admissível  o pedido" da ESI e que "colocou" a empresa em regime de gestão controlada,  tendo a vice-presidente daquela instância, a juíza Karin Guillaume, sido  nomeada como relatora "sobre a situação comercial da requerente". 

Na data em que apresentou o pedido, a 'holding' do Grupo Espírito Santo  (GES) indicou que o regime de gestão controlada permitiria defender os interesses  dos "credores de forma transparente e ordenada sob o controlo dos tribunais",  por a ESI não estar "em condições de cumprir as suas obrigações, devido  à maturidade de uma parte significativa da sua dívida". 

Com o regime de gestão controlada, "todas as ações judiciais interpostas  pelos credores serão suspensas (exceto certos acordos de garantia financeira  válidos), de forma a permitir a implementação de um plano de gestão e liquidação  de ativos sob o controlo de um tribunal", adiantava o comunicado da ESI.

A ESI é a 'holding' de topo do GES e detém 100% da Rioforte que é responsável  pela gestão dos negócios da área financeira e não financeira do GES.  

Através da Rioforte, a ESI detém uma participação indireta (49%) na  Espírito Santo Financial Group S.A (ESFG) que gere os interesses do Grupo  no setor financeiro, nomeadamente no Banco Espírito Santo (BES) em Portugal,  Banque Privée, Espírito Santo na Suíça e na Tranquilidade, entre outros.

O BES divulgou em maio que uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal  às contas da ESI tinha detetado "irregularidades". 

Segundo o documento divulgado na altura através da Comissão do Mercado  de Valores Mobiliários (CMVM), a auditoria externa levada a cabo na ESI,  relativa às contas de 30 de setembro de 2013 e 31 de dezembro de 2013, "apurou  irregularidades nas suas contas e concluiu que a sociedade apresenta uma  situação financeira grave". 

No mesmo sentido, a comissão de auditoria da ESFG "identificou igualmente  irregularidades materialmente relevantes nas contas" da 'holding'. 

O BES acrescentava que esta situação podia afetar a sua reputação, apesar  de o banco não ser responsável pela ESI e de a ESFG ter tomado medidas para  acautelar problemas. 

Lusa