Economia

Galp apela a convergência de impostos nos combustíveis entre Portugal e Espanha

O presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, apelou hoje a uma convergência dos impostos sobre os combustíveis entre Portugal e Espanha, considerando que "qualquer divergência é um tiro no pé".

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Questionado sobre as propostas da Comissão para a Reforma da Fiscalidade  Verde, no anteprojeto divulgado a 10 de julho, Ferreira de Oliveira escusou-se  comentar as medidas concretas, pedindo apenas que "equilibrem os impostos  entre Portugal e Espanha".  

"Respeitamos as iniciativas do Governo, mas, por favor, equilibrem os  impostos entre Portugal e Espanha", declarou hoje o presidente da petrolífera  em conferência de imprensa, no dia em que anunciou uma queda de 28,8% do  lucro no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado,  devido sobretudo à deterioração dos resultados do segmento de Refinação  e Distribuição.  

O aumento do preço dos combustíveis e energia, um imposto sobre o transporte  aéreo de passageiros e uma taxa sobre os sacos de plástico foram algumas  das medidas propostas ao Governo pela Comissão para a Reforma da Fiscalidade  Verde.  

Em declarações aos jornalistas, Ferreira de Oliveira admitiu que "no  gasóleo já começa a haver convergência", defendendo que se siga o exemplo  nos impostos aplicados à gasolina. 

"Porque se não vai aumentar a fuga para Espanha. E ao ir a Espanha,  como os preços dos produtos são mais baixos, vem o carro cheio. É todo um  efeito macroeconómico", acrescentou.  

O presidente da Galp considerou que "qualquer divergência" na carga  fiscal sobre os combustíveis entre os dois países "é um tiro no pé", realçando  que "todo o desvio (do consumo) leva a que metade do valor do litro de gasolina  seja tirada ao Estado".   

O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, recusou que a reforma  da fiscalidade verde implique um aumento dos impostos, assegurando que haverá  uma "substituição de impostos", já que o mandato da comissão prevê neutralidade  fiscal. 

Com esta reforma, a comissão estima que entrem nos cofres do Estado  cerca de 180 milhões de euros por ano, recomendando ao Governo que devolva  aos contribuintes, através da redução de impostos, como o IRS e a TSU, essa  receita, de modo a alcançar neutralidade fiscal. 

Em declarações à agência Lusa, o ministro do Ambiente e do Ordenamento  do Território sublinhou que "não haverá aumento de impostos", já que a reforma  "visa substituir impostos, diminuindo outros". 

Sobre os resultados divulgados esta manhã, antes da abertura do mercado,  Ferreira de Oliveira considerou que "a dor de cabeça deste semestre foram  as margens de refinação que atingiram valores nunca vistos, em mínimos históricos  de sempre". 

Lusa