Economia

Piloto do voo da TAP para Barcelona "excedeu limite de horas permitidas por lei"

O Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) disse hoje à Lusa que o piloto do avião da TAP que seguiu na sexta-feira à noite para Barcelona "excedeu o limite de horas permitidas por lei" e,  por isso, foi substituído. 

(Reuters/ Arquivo)
© Paulo Whitaker / Reuters

"O piloto não voou para Barcelona porque excedeu o limite de horas de  voo permitidas por lei e, por isso, está legalmente impedido de o fazer",  esclareceu à Lusa fonte do sindicato, assegurando que "o piloto não se recusou  a fazer o voo, mas não o podia fazer legalmente". 

Na sexta-feira, um voo da TAP com destino a Barcelona saiu com duas  horas de atraso, na sequência de um incidente registado durante a tarde  com um voo da companhia portuguesa com destino a Angola, segundo explicou  à Lusa fonte oficial da empresa. 

O avião partiu do aeroporto da Portela pelas 23:00, rumo a Barcelona,  duas horas depois do previsto e, "uma vez que o piloto já tinha feito outro  voo e estava próximo do limite de horas permitido, não pôde voar e teve  de ser mobilizado outro", esclareceu fonte da TAP. 

A mesma fonte referiu ainda que "há uma escala e há sempre alguém de  prevenção, apesar de estar em casa". 

De acordo com o SPAC, "a TAP tem falta de pilotos e teve de chamar outro  piloto que estava de férias ou de folga, o que atrasou ainda mais a operação".

"É por questões como esta, de constrangimentos permanentes operacionais,  que houve uma greve no passado dia 09 de agosto", acentuou o sindicato,  lembrando que, nos últimos três anos, a TAP já perdeu 37 pilotos. 

Na tarde de sexta-feira, um voo da TAP para Angola regressou ao aeroporto  da Portela, em Lisboa, uma hora depois de ter descolado, devido a problemas  técnicos. 

Fonte oficial da empresa explicou então à Lusa que o avião teve um problema  no sistema hidráulico e o comandante "achou mais prudente voltar à base",  para averiguar a situação. 

A 9 de agosto último, os pilotos da TAP cumpriram um dia de greve contra  o agravamento das condições de trabalho e para obrigar o acionista Estado  a receber os sindicatos, para se discutir a situação da empresa. 

A paralisação foi convocada pelo SPAC, cujo presidente, Jaime Prieto,  disse na altura à Lusa que "não restava outra opção" para evitar outro verão  "vergonhoso", numa alusão ao cancelamento de muitos voos da companhia. 

Entre 1 de junho e 30 de julho, a TAP cancelou 468 voos, o que equivale  a uma taxa de cancelamentos de 2,3% nos últimos dois meses, de acordo com  os números divulgados pela companhia aérea portuguesa, a 05 de agosto. 

O grupo TAP registou um prejuízo de 83,4 milhões de euros no primeiro  semestre deste ano, o que representa um resultado mais favorável que o alcançado  no período homólogo de 2013, refere o relatório e contas da Parpública,  divulgado na sexta-feira. 

Lusa