"Nas discussões orçamentais, a questão que dividiu as instituições é a estimativa de défice orçamental, onde estamos perto dos cálculos das instituições europeias, e uma certa distância do FMI", disse Tsakalotos.
Numa reunião da comissão parlamentar de Assuntos Económicos e Monetários, o ministro afirmou que Atenas assumiu o compromisso de levar a cabo medidas adicionais equivalentes a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) que serão aprovadas ao longo de 2016 para ser aplicadas em 2017 e 2018.
"Agora o FMI está a pedir mais medidas, o que é difícil de compreender", afirmou.
O ministro indicou que no verão as previsões apontavam para uma evolução da economia grega pior do que veio a acontecer, já que se esperava que 2015 terminasse com uma queda do PIB de 1,5% a 2,5% e a diminuição acabou por ser de 1,4%.
"Por isso consideramos difícil entender o porquê de mais medidas, nesta situação podem ser politicamente difíceis e economicamente contraproducentes", disse Tsakalotos.
O ministro afirmou que o FMI argumenta que a Grécia tem um gasto muito grande com pensões, o que corroborou, mas indicou que "é muito difícil mudar a situação no meio de uma recessão".
O governo liderado por Alexis Tsipras propôs uma reforma das pensões muito ampla que tem como objetivo "conseguir a sustentabilidade a médio e a longo prazo", assegurou.
As declarações do ministro são feitas numa altura em que a Grécia e as instituições credoras do país ainda não terminaram a primeira avaliação das reformas em curso no país, uma etapa que estava prevista para o início do ano.
Este passo é considerado crucial para que o FMI avalie o resultado e decida se vai juntar-se aos europeus no resgate de 86 mil milhões de euros acordado em julho de 2015, o terceiro desde 2010.
Lusa