"Portugal fez esforços monstruosos nestes últimos anos. Não merece disciplina excessiva", afirmou Sapin durante uma conferência de imprensa em Paris, antes de partir para reuniões do Ecofin em Bruxelas.
Segundo o ministro das Finanças, a derrapagem orçamental de Portugal deve-se principalmente ao facto do "Estado ter tido a obrigação de salvar um banco", referindo-se ao Banif, que foi intervencionado em dezembro.
Portugal registou um défice público de 4,4% do produto Interno Bruto (PIB) no ano passado e o objetivo era ficar abaixo de 3%. Em 2016 Portugal deverá de novo respeitar o limite do défice público abaixo de 3%.
A Comissão Europeia abriu a via na quinta-feira um procedimento de sanções inéditas por derrapagem orçamental contra Portugal e Espanha.
Contudo, o executivo europeu deixou para os ministros das Finanças da UE a tomada de decisão de uma sanção, na terça-feira.
Em relação a Espanha, Sapin reconheceu que a situação era difícil, tendo em conta o contexto político do país, que não tem uma maioria clara desde as duas últimas eleições. "A dificuldade é saber com quem devemos debater e quem assume os compromissos", sublinhou o ministro francês.
Em 2015, o défice público espanhol atingiu 5,0% do PIB, bem acima do limite fixado pelo pacto de estabilidade (3% do PIB) e do objetivo de 4,2% que lhe foi fixado pela Comissão Europeia.
Com Lusa