Economia

Teodora Cardoso admite que parte da recapitalização da CGD possa entrar no défice

A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP) admitiu hoje que parte da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) relativa a prejuízos passados que ainda não foram contabilizados no défice orçamental terão de ser incluídos nesse apuramento.

Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP).
Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP).
TIAGO PETINGA / LUSA

"A regra do Eurostat não diz respeito à recapitalização da Caixa diretamente, mas diz respeito ao facto de a parte da necessidade de recapitalização que resulta de prejuízos passados e que ainda não foi compensada por aumentos de capital - que esses já foram ao défice - terá de ir ao défice", explicou Teodora Cardoso aos deputados da Assembleia da República, onde está hoje a ser ouvida, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta orçamental para o próximo ano.

"Se vamos descobrir novos prejuízos acumulados no passado que justificam e que tornam necessária a recapitalização e que ainda não foram ao défice, a regra será a de o serem", afirmou ainda a presidente do CFP.

Ou seja, de acordo com Teodora Cardoso, trata-se de "calcular esses prejuízos, se eles existem, compensar a parte que já foi levada ao défice e, se houver um remanescente, esse - em princípio e de acordo com as regras - será levado ao défice".

A presidente do CFP respondia a uma pergunta feita pela deputada do CDS-PP Cecília Meireles sobre se a recapitalização do banco público deverá ou não ser incluída no apuramento do défice orçamental ou não, recordando o exemplo do Banif.

"Ouvimos a garantia de que esta recapitalização [da CGD] não seria levada em conta para efeitos do défice, mas lembro-me de o ministro das Finanças dizer que o Banif não contava e depois nos papéis da Europa lá estava o Banif considerado nas contas do défice", referiu.

Lusa