O governante acredita que Bruxelas irá retirar o país do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), aplicado às economias que não cumprem as regras comunitárias.
Na entrevista, Centeno diz que, em 2017, o défice terá ficado "muito perto dos 2%" do PIB, o valor mais baixo desde que a democracia foi restaurada em 1974.
"A nossa economia está a crescer há 13 trimestres consecutivos. Se não é suficiente para um país sair do PDE, não sei o que será preciso", disse.
Para o ministro das Finanças, "é importante que as agências de 'rating' [Notes:avaliação] percebam que o Portugal de hoje é diferente do Portugal de 2012", com a redução sustentada nas dívidas das famílias e das empresas.
As 'yelds' da dívida a 10 anos estão perto dos 4,0% nos meses mais recentes, o seu nível mais elevado desde 2014, referiu também o governante.
O FT lembra, no entanto, que Portugal foi um dos países mais penalizados pela crise financeira que afetou a zona euro e que, atualmente, a dívida pública continua a representar 130,5% do Produto Interno Bruto (PIB), constituindo uma das maiores vulnerabilidades da economia portuguesa.
Mário Centeno refere, a propósito, que houve um fator extraordinário que ainda não permitiu a sua redução.
"Tivemos de pagar 4,4 mil milhões de euros para estabilizar o sector financeiro, senão a dívida já estaria numa tendência de descida", disse.
Lusa