No debate parlamentar quinzenal com o chefe do executivo do PS, Jerónimo de Sousa louvou os "passos limitados" na "recuperação de rendimentos e direitos", mas questionou António Costa sobre para quando o descongelamento de salários e da progressão nas carreiras da administração pública, o fim do "flagelo da precariedade" e do "saque fiscal", com a eventual revisão escalões do IRS.
"Mantém-se a nossa preocupação com a crescente contradição entre o cumprimento das metas definidas naqueles programas de ingerência e policiamento de metas definidas pela UE com as preocupações de ver o país crescer de forma robusta e sustentada e acelerando a criação do emprego dando resposta às justas aspirações dos que viram as suas vidas retroceder nestes últimos anos", afirmou.
Para o secretário-geral do PCP, "o facto de o Governo canalizar para essas metas todos os ganhos previstos e o saldo excedente das contas públicas, realizado a custa de muitos sacrifícios de trabalhadores e do povo, dá razão às preocupações" dos comunistas.
"Não diria que há contradição, mas há, seguramente, tensão. Na nossa política económica, temos de prosseguir diferentes objetivos e cumprir diferentes compromissos. Aquilo que foi o sucesso de 2016 demonstra bem como é possível articular a eliminação nos cortes dos salários da função pública, nas pensões, a diminuição da carga fiscal e, simultaneamente, termos uma situação orçamental melhor do que a que tínhamos anteriormente", contrapôs o chefe do Governo.
António Costa, já quanto à precariedade e sua resolução, pelo menos no setor público, garantiu não existir "nem contradição nem tensão" entre PS e PCP.
Lusa