O presidente-executivo da ANA-Aeroportos de Portugal CEO, Thierry Ligonnière, lembrou os deputados da Comissão parlamentar de economia que a companhia aérea "Ryanair pode dizer que já não encontra condições operacionais e económicas suficientes para preencher os seus objectivos e deixar as operações" em Portugal.
Declarações no âmbito da comissão parlamentar de economia, que surgem a menos de 24 horas da greve de pessoal de cabine que vai afetar 150 voos amanhã.
Ryanair compromete-se a negociar na antevéspera da greve
Ontem a companhia aérea de baixo custo comprometeu-se a negociar acordos coletivos com os tripulantes de cabina antes do fim do ano, incluindo salários, tempos de descanso e contratações diretas de pessoal.
Na antevéspera da greve, a Ryanair emitiu um comunicado em que anunciou a sua disponibilidade para negociar matérias contratuais coletivas e benefícios locais para os trabalhadores de cada país.
A companhia irlandesa comprometeu-se ainda a negociar com os pilotos, antes de 31 de dezembro, nomeadamente matérias salariais, turnos, licenças anuais, mudanças de base e progressões nas carreiras.
30.000 passageiros afetados em 6 países
Segundo a empresa, a greve marcada para sexta-feira pelos tripulantes de cabina com base em Espanha, Bélgica, Holanda, Portugal, Itália e Alemanha deverá afetar cerca de 30.000 passageiros.
TAP e Norwegian airlines acusadas de organizar greves
A Ryanair anunciou que já apresentou uma queixa à Comissão Europeia por práticas anticoncorrenciais por parte do pessoal, dos sindicatos e de grupos de pressão, que considera estarem a impedir as negociações entre a empresa e os seus pilotos e tripulantes.
A empresa irlandesa considera que são os tripulantes da companhia aérea norueguesa Norwegian sedeados em Alicante que estão a organizar a greve de tripulantes em Espanha, tal como os trabalhadores da TAP estão a fazer em Portugal.
A compania aérea da baixo custo reconheceu que tem falta de experiência de negociação com os sindicatos, mas considerou ilegal que alguns sindicatos insistam em ter à mesa negocial pilotos que não estão ao serviço da empresa.