Economia

Afinal, Centeno continua na corrida ao FMI

França confirma que continuam sobre a mesa cinco nomes europeus para a direção do FMI

A França, que está a coordenar o processo de escolha de um nome europeu para a direção do FMI, assegurou esta tarde que a corrida continua a ser a cinco, incluindo o ministro das Finanças português, Mário Centeno. A informação foi transmitida pelo porta-voz do ministro das Finanças de França, Bruno Le Maire, depois da Bloomberg, a agência de notícias especializada em economia, ter noticiado esta segunda-feira que Centeno estaria fora da disputa.

A notícia da Bloomberg foi igualmente veiculada pelo Financial Times, apanhando de surpresa o governo português, que continua apostado na eleição de Centeno para o lugar que era até agora ocupado por Christine Lagarde.

Fontes portuguesas que têm acompanhado este processo garantem que não só Centeno continua em jogo, como tem recebido apoios importantes, tanto de membros da UE como de países de outros continentes, nomeadamente América Latina e Ásia.

A notícia da Bloomberg colocava fora de jogo os dois candidatos oriundos de países do Sul da Europa - para além de Centeno, também a sua homóloga espanhola, Nadia Calviño, era dada como fora de hipótese para o FMI. Nesse sentido, as hipóteses de chegar à direção do FMI limitar-se-iam a três nomes: Jeron Dijsselbloem, ex-ministro das Finanças da Holanda e antecessor de Centeno na liderança do Eurogrupo, Olli Rehn, governador do banco central da Finlândia e ex-comissário europeu, e Kristalina Georgieva, diretora-executiva do Banco Mundial.

A coincidência de a informação da Bloomberg ter deixado de fora os candidatos do Sul da Europa, reduzindo as hipóteses a dois nórdicos e um nome de Leste, é vista como uma tentativa de condicionar politicamente o processo, numa fase em que a rejeição dos candidatos do Norte por parte dos países do Sul é bastante evidente.

Conforme o Expresso noticiou na edição de sábado passado, a diplomacia portuguesa tem tido um papel ativo a promover o nome de Mário Centeno, considerando que há boas hipóteses do seu nome vir a ser escolhido. O próprio primeiro-ministro tem participado pessoalmente nesse esforço. A eleição de Centeno “não era uma prioridade, mas passou a ser a partir do momento em que temos o nome de Centeno na shortlist”, disse ao Expresso uma fonte governamental que tem acompanhado o processo.