O Ministério Público quer a suspensão de funções do Presidente da EDP, António Mexia, e ainda do administrador Manso Neto.
A promoção das medidas de coação foi apresentada esta sexta-feira pelo procurador do processo das rendas excessivas da EDP ao juiz Carlos Alexandre, que deverá decidir na próxima semana.
O Ministério Público pediu também que António Mexia e Manso Neto fiquem proibidos de viajar para o estrangeiro, com obrigação de entregarem o passaporte e ainda que os dois fiquem impedidos de entrar em todos os edifícios da EDP e de contactarem algumas pessoas. É ainda pedida uma caução de dois milhões de euros a António Mexia e de um milhão a João Manso Neto.
O juiz vai agora dar o direito de contraditório às defesas dos dois arguidos, acusados de crimes de corrupção e de participação económica em negócio.
Em relação a um terceiro arguido, o administrador da REN, João Conceição, é também pedida a suspensão de funções e uma medida de coação de 500 mil euros.
António Mexia recusou responder ao juiz Carlos Alexandre no caso EDP
Na terça-feira, o presidente da EDP recusou responder ao juiz Carlos Alexandre, no interrogatório convoado para o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
A defesa de António Mexia e de Manso Neto, da EDP Renováveis, tinha suscitado um incidente de recusa ao juiz, no processo das rendas excessivas da eletricidade.
Defesa entende que Carlos Alexandre não é idóneo para conduzir o processo
Ao que a SIC apurou, no documento que fez chegar ao Tribunal da Relação de Lisboa, as defesas do presidente da empresa e do administrador falavam da existência de sinais que apontam para uma concertação entre o Ministério Público e o juiz para aplicar novas medidas de coação aos dois arguidos.
As defesas indicaram, também, a existência de documentos que sugerem que o juiz Carlos Alexandre pediu ao Conselho Superior da Magistratura para ficar com os processos que estavam distribuídos ao juiz Ivo Rosa, como o processo EDP.