Os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) estão, esta segunda-feira, em greve. O protesto saiu também às ruas, onde 100 pessoas se concentraram à frente da sede do banco, em Lisboa.
Exigem ser informados sobre os processos de reestruturação que venham a ser feitos no banco e que impliquem a saída de funcionários e pedem ainda uma atualização dos salários. Dizem ainda que vivem um clima de medo e de intimidação – situação que a administração da CGD diz não existir.
“Eu penso que há determinado tipo de expressões que têm a ver com contextos muito particulares”, disse José João Guilherme, administrador executivo da CGD aos jornalistas. “Eu pessoalmente não noto isso. As situações que houve reporte disso foram tratadas no seu sítio, tiveram as consequências que deviam ter. Agora não há nenhum clima de medo nem nada disso.”

Afirmações que, para o Sindicato dos Trabalhadores da CGD mostra que não se ouvem as queixas dos trabalhadores.
“Quando eles dizem que não há clima de terror, então é porque não ouvem as bases, não ouvem também o sindicato mais representativo da CGD, como não ouve a comissão de trabalhadores que também relata essa situação. Dizer que não há um clima de medo, não há um clima de terror é não ouvir os trabalhadores, é não dar crédito ao que estamos a dizer”
Os números referentes à greve também diferem: enquanto o sindicato avança que até perto das 11:30 havia “pouco mais de 70% [das agências] que não estavam operacionais”, a administração afirma que estão “apenas 20% de agências encerradas”.
“Naturalmente que há transtornos que ocorrem sobretudo do facto de esta greve atingir os mais vulneráveis: que são os reformados, porque hoje [segunda-feira] é o dia de pagamento das pensões”, disse ainda o administrador.
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