A PRF, empresa portuguesa de engenharia especializada na construção de postos de abastecimento de gás para veículos e infraestruturas de gás, acaba de instalar em Cascais o seu primeiro posto móvel de abastecimento de hidrogénio, que é também o primeiro equipamento do género em Portugal.
O posto, que a empresa denominou Drhyve, foi totalmente desenvolvido pela PRF, que há três anos começou a olhar para a área do hidrogénio, como um potencial segmento de negócio.
Este equipamento, que foi entregue em Cascais, permitirá o abastecimento de hidrogénio a veículos com pilhas de combustível, tanto ligeiros como pesados, para já com uma pressão de 350 bar, mas podendo no futuro vir a ser adaptado para fornecer hidrogénio a veículos ligeiros com pressão de 700 bar, informou a PRF em comunicado.
O Drhyve foi encomendado pelo município de Cascais para abastecer dois autocarros a hidrogénio e um veículo ligeiro.
Se e quando o município vier a receber um posto definitivo e fixo de abastecimento de hidrogénio, o equipamento da PRF poderá ser mobilizado para outras regiões que queiram testar veículos a hidrogénio, explicou ao Expresso o diretor de desenvolvimento de negócio da PRF, Moisés Ferreira.
Por seu turno, Paulo Ferreira, administrador da PRF, sublinha, em comunicado, que "o hidrogénio terá a um papel muito importante na mobilidade e em pouco tempo teremos frotas importantes de veículos a fuel-cells a hidrogénio". "E estamos certos que o papel importante que a PRF tem nas estações de abastecimento de veículos a gás natural, terá igualmente nas estações de abastecimento de hidrogénio", acrescenta.
Criada há 30 anos, a PRF tem sede em Leiria e conta com 120 trabalhadores em Portugal, mas tem também subsidiárias no estrangeiro (Brasil, Angola e Moçambique são alguns dos seus mercados externos). Segundo Moisés Ferreira, a empresa fatura anualmente 25 a 30 milhões de euros.
"A nossa empresa tem 30 anos e há três decidimos apostar nesta área do hidrogénio, com engenheiros nossos e outros que contratámos fora. Hoje são já seis ou sete engenheiros dedicados exclusivamente a esta área", explica o diretor de desenvolvimento de negócio da PRF.
O mesmo responsável admite que para já a empresa não tem uma perspetiva concreta de faturação no hidrogénio, que é ainda uma área a dar os primeiros passos. "Depende muito dos nossos clientes, mas se houver necessidade no mercado fabricamos", contextualiza Moisés Ferreira.
A expectativa é que as dezenas de projetos que se têm estado a candidatar a fundos para financiar projetos de hidrogénio verde possam começar a criar negócio. "Muitas empresas convidaram-nos para sermos parceiros tecnológicos. Acreditamos que muitos desses projetos vão avançar", afirma Moisés Ferreira.
Além dos postos móveis para abastecimento de hidrogénio, a PRF tem também desenvolvido outras soluções técnicas para esta área emergente de negócios ligados à descarbonização.
A empresa de Leiria também desenvolveu, por exemplo, um sistema de injeção de hidrogénio na rede de distribuição de gás natural, que deverá em breve ser instalado num projeto-piloto que a Galp Gás Natural Distribuição irá desenvolver no Seixal.