O lucro da EDP este ano deverá ser penalizado em cerca de 3% com as medidas que o Governo espanhol anunciou esta semana para tentar conter o impacto da escalada de preços no mercado grossista de eletricidade. A estimativa é do banco UBS e equivale, em termos absolutos, a um corte de 28 milhões de euros no resultado anual da elétrica portuguesa.
Ao nível do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), a EDP deverá ser penalizada em 35 milhões de euros, ou 1% do EBITDA, de acordo com as estimativas do UBS, enviadas numa nota a investidores esta quarta-feira, à qual o Expresso teve acesso.
Mais negro é o futuro da espanhola Endesa, que verá as medidas para o sector elétrico "comer" 13% do seu EBITDA este ano (perderá 491 milhões de euros) e 22% do resultado líquido (que deve encolher 381 milhões de euros).
A Iberdrola, por seu turno, sofrerá um impacto negativo de 5% no EBITDA (que deve diminuir 602 milhões por via das medidas em Espanha) e de 12% no resultado líquido (que irá emagrecer em 469 milhões de euros), de acordo com os cálculos do UBS.
Já a Naturgy verá o EBITDA baixar 3% (132 milhões de euros) e o lucro cair 9% (104 milhões).
O UBS estima que estes impactos penalizem a avaliação destas cotadas de forma diferente, baixando o valor da Endesa em 3% e o da Iberdrola e Naturgy em 1%, e mantendo inalterada a avaliação da EDP.
A principal medida que afetará as elétricas será um corte temporário nos ganhos dos produtores de eletricidade, com o qual o Governo espanhol espera economizar (a favor dos consumidores) cerca de 2,6 mil milhões de euros. O UBS chegou a um valor muito simiar, de 2,65 mil milhões, quanto ao impacto desta medida, que se estenderá até março do próximo ano.