Uma das mais importantes imobiliárias chinesas tem uma das maiores dívidas do mundo e está em risco de colapso. Os especialistas dizem que a falência da Evergrande não deve afetar a economia mundial, ao contrário do que aconteceu em 2008, com a queda do banco americano Lehman Brothers.
Esta quarta-feira começou com os mercados em alívio. A Evergrande anunciou um acordo para pagar uma parte da dívida, que vence esta quinta-feira, afastando os receios de incumprimento imediato. Mas o entusiasmo desapareceu rapidamente. Há mais 70 milhões que a empresa vai ter de pagar esta semana.
Mesmo que entre em incumprimento, é afastada a possibilidade de efeito dominó, como aconteceu com o colapso do Lehman Brothers.
A empresa deve 300 mil milhões de dólares, o equivalente a 260 mil milhões de euros. É uma das maiores dividas do mundo.
A empresa é um gigante do setor imobiliário: emprega diretamente 200 mil trabalhadores e é responsável por quase quatro milhões de empregos indiretos.
A Evergrande tem quase um milhão e meio de apartamentos em construção e gere 2.800 bairros em centenas de cidades.
Além do imobiliário, também tem investimentos na saúde e no entretenimento, como centros comerciais, casinos e até no futebol.
O problema é que sustentou o crescimento na especulação imobiliária, mas o Governo chinês impediu que a mesma pessoa comprasse mais do que uma casa na mesma região. Alimentou-se de créditos na banca a juros altos, que agora está a ter dificuldade em pagar.
O Governo chinês deu a entender que não vai ajudar caso a Evergrande venha a colapsar. Só pondera dar a mão se a queda representar perigo para o setor imobiliário do país ou se houver sinais de que pode contagiar a economia chinesa. É que a empresa tem fortes ligações ao tecido empresarial e até aos governos regionais e possui 800 projetos de construção, sendo que 500 estão suspensos por falta de dinheiro.