Economia

Trabalhadores da central do Pego exigem cancelamento do fecho no fim do mês

A federação intersindical Fiequimetal considera que o Governo está a avançar com o fecho de forma a ficar bem visto em Bruxelas mas que ainda não é a altura de terminar os trabalhos da central. Defende que se aguarde por alternativas viáveis, que assegurem os empregos

Trabalhadores da central do Pego exigem cancelamento do fecho no fim do mês

Os trabalhadores da central termoelétrica do Pego, que tem encerramento marcado para o dia 30 de novembro, vão manifestar-se contra esta decisão este sábado, com a intenção de que esta seja cancelada.

A Fiequimetal - Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas vai juntar-se a uma ação do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, este sábado à tarde, a partir das 14h30, junto às instalações da Câmara Municipal de Abrantes, e que tem como objetivo travar o fecho da central.

Um "crime social e económico" de "consequências desastrosas a nível regional e nacional". É desta forma que é visto - e descrito - o fecho da central do Pego no comunicado de imprensa divulgado pela Fiequimetal.

O coordenador desta força intersindical, Rogério Silva, explica que a ação consistirá na exposição dos argumentos que sustentam a posição dos trabalhadores. E adianta alguns.

A Fiequimetal acusa o Governo de querer apresentar-se como "o bom aluno" perante a União Europeia, e, neste papel, estar a adiantar-se a economias como a alemã e a francesa - de maior poder económico - nos esforços para a transição energética. Isto, quando não figura na lista dos maiores poluidores.

Apesar de reconhecer que "existem problemas ambientais que sao graves", acredita que "uma mudança de fontes de energia não se faz de um dia para o outro, nem criando desemprego", sobretudo numa altura em que a economia está fragilizada. "Não temos nada contra energias renováveis, mas tem de ser feito com conta peso e medida", atira, apontando que as soluções tradicionais terão de se manter alguns anos, e que a sua saída pode deixar Portugal mais exposto à elevada pressão de preços que se vive no mercado da eletricidade.

Em declarações aos jornalistas, na semana passada, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, relembrou que o concurso para a reconversão da central prevê o favorecimento dos candidatos que acolham os trabalhadores. "Nós tivemos uma grande preocupação com a situação dos trabalhadores e foi por essa razão que incluímos duas majorações relacionadas com os trabalhadores no concurso.(...) Uma é a criação de postos de trabalho e a outra é a manutenção dos postos existentes. Se a empresa mantiver os postos de trabalho existentes tem uma majoração e se ainda aumentar mais tem outra".

Confrontado com a questão de se os critérios definidos para o concurso de reconversão da central sossegam de alguma forma as inquietações do sindicato, Rogério SIlva considerou que a central "deve manter-se a funcionar até existir a alternativa" que assegure os postos de trabalho, e não antes de ser encontrado um vencedor .