A Unilever, dona de marcas como a Dove ou a Hellman’s, anunciou esta terça-feira que irá cortar cerca de 1500 postos de trabalho, sobretudo ao nível de cargos de gestão.
A gigante holandesa publicou um comunicado no qual anuncia uma “simplificação da organização”, o que implica reduções nas funções de gestores seniores, em cerca de 15%, e de 5% entre os gestores mais juniores, num total de menos 1500 postos a nível global. A empresa acrescenta que as fábricas não serão afetadas pelas mudanças.
“O nosso novo modelo organizacional foi desenvolvido ao longo do último ano e está desenhado para continuar a evolução que temos visto no desempenho do nosso negócio”, indica o CEO da Unilever, Alan Jope, citado no comunicado. A empresa vai passar a organizar-se em cinco áreas de negócio o que, afirma o responsável, tem por objetivo de dar uma resposta mais ágil às novas tendências de consumo de forma a promover o objetivo último do crescimento.
Maré agitada
A iniciativa surge numa altura de alguma conturbação para a empresa. O “hedge fund” Trian Partners, conhecido por exigir alterações de estratégia nas empresas em que entra – um fundo ativista, adquiriu uma posição na dona das marcas Ben&Jerry’s, Hellmann’s e Dove, avançava o Financial Times este domingo.
Esta nova força na administração acontece também depois de a multinacional ter falhado a tentativa de compra de parte do negócio da GlaxoSmithKline (GSK) por 50 mil milhões de libras. As ações da Unilever chegaram a cair 11%.
Fundada por Nelson Peltz e outros gestores de fundos, a Trian Partners já avançou, no passado, com a tomada de participações noutras empresas de produtos de grande consumo para tentar influenciar as estratégias e decisões de gestão. Entre as ofensivas da Trian contam-se as que o hedge fund fez na Mondelez e na Procter & Gamble.
O objetivo destes fundos é, geralmente, valorizar mais rapidamente a sua participação.
