Economia

Auditoria ao Novo Banco deteta várias operações "suspeitas"

O Novo Banco nega ter avaliado mal a venda da sucursal em Espanha, que acabou por dar um forte prejuízo.

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O Novo Banco nega ter avaliado mal a venda da sucursal em Espanha, negócio que acabou por dar um forte prejuízo e "justificar" mais de um terço do dinheiro "exigido" em 2020 ao Fundo de Resolução. Esta é uma das várias operações "suspeitas" detetadas na terceira auditoria da consultora Deloitte.

O relatório de 400 páginas passa a pente fino todas as operações feitas ao longo de 2020, o ano em que o Novo Banco
acabou por receber do Estado mais 429 milhões de euros através do Fundo de Resolução.

Mais de um terço deste dinheiro foi, na altura, justificado pelo prejuízo com a venda da sucursal em Espanha. Mas o negócio é agora posto em causa numa auditoria já entregue ao ministro das Finanças.

A Deloitte diz que a operação não foi devidamente avaliada, carece de racionalidade económica e também não foram salvaguardados os conflitos de interesses. Num comunicado, o Novo Banco garante que pediu duas avaliações
a entidades internacionais independentes.

Mas este é apenas um dos vários problemas detetados pela auditora que concluiu, por exemplo, que também houve falhas na busca e recuperação de património dos devedores. E até dá um exemplo concreto: o caso de um cliente
que, só em 2020, causou um prejuízo de 40 milhões de euros. No entanto, aparentemente, o banco ter-se-á "esquecido"
de verificar que bens havia no estrangeiro que pudessem ser penhorados
para abater nas dívidas.

Esta é a terceira auditoria feita pela Deloitte desde 2017, altura em que ficou definido o tal sistema de compensação de perdas que garantiu à Lone Star mais de 3 mil milhões de euros dos contribuintes.