A antiga eurodeputada Ana Gomes quer que o Banco Central Europeu (BCE) investigue a atribuição de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência às empresas de Mário Ferreira.
Numa carta enviada ao BCE, à presidente da Comissão Europeia e ao Banco de Portugal, a ex-eurodeputada questiona a decisão. Afirma que a Pluris Investments Holding não tem falta de fundos e não pode ser considerada estratégica.
Ana Gomes considera ainda que a atribuição pode ter ocorrido por movimentação de influências.
A Pluris vai ficar com a maior fatia dos apoios dos fundos de capitalização do Banco Português de Fomento para empresas afetadas pela pandemia. Vai receber 52% do PRR à recapitalização, ou seja 40 milhões de euros.
A candidatura da Pluris Investments foi a única que ultrapassou o limite preferencial de 10 milhões de euros que estavam definidos nas regras. O Banco do Fomento justifica dizendo que esta é uma operação considerada estratégica.
Algumas dúvidas se levantam, uma vez que o negócio dos cruzeiros onde vai ser aplicado o dinheiro pertence à Mystic Invest Holding, a empresa de Mário Ferreira onde Diogo Lacerda Machado é administrador.
Diogo Lacerda Machado é um empresário, amigo e homem de confiança do primeiro-ministro que foi escolhido por António Costa para negociar dossiês difíceis, como por exemplo, ajudou a reverter a privatização da TAP.
Na primeira ronda do Programa de Recapitalização Estratégica do Fundo de Capitalização e Resiliência, 12 empresas vão receber um apoio total de quase 77 milhões de euros.