Elon Musk cancelou no sábado a operação de compra do Twitter e a empresa anunciou que vai levar o caso a tribunal. Mas, afinal, quem tem razão?
Segundo vários analistas, o conselho de administração do Twitter estará em vantagem na batalha legal para fazer Musk completar a aquisição nos termos que tinham sido propostos.
Elon Musk argumenta que o Twitter forneceu informações "falsas e enganosas" durante as negociações e não lhe forneceu dados que ele considera essenciais para encerrar a transação.
Em causa estará, sobretudo, o número de contas falsas na rede social, que o Twitter afirma representar menos de 5% do total, mas sobre o qual o homem mais rico do mundo já manifestou muitas dúvidas.
Pretexto de Musk?
Para muitos analistas, esta questão foi um pretexto para o empresário se retirar de um negócio sobre o qual poderá pagar muito acima do atual valor real da companhia. A este cenário associa-se ainda o impacto nas ações da Tesla, a maior empresa de Musk, e na sua própria fortuna pessoal.
Contudo, o empresário não incluiu demasiadas condições na operação de compra, pelo que parece difícil que um tribunal venha a aceitar as suas razões para desistir. Segundo os peritos, o trunfo de Elon Musk é conseguir provar que o Twitter forneceu informações sobre o seu negócio que não correspondem à realidade, o que se pode revelar extremamente difícil.
Não há muitos precedentes nos EUA para casos semelhantes, especialmente em negócios desta dimensão, mas na maioria desses casos o comprador tem sido forçado a avançar com o processo. Porém, a conclusão do negócio também se afigura complicada e as divergências podem fragilizar ainda mais o valor da rede social.
Qual é o cenário mais provável?
Por isso, os analistas consideram que o cenário mais provável é um acordo entre as partes, permitindo que Elon Musk se afaste da compra através de uma indemnização ou que se registe uma redução do preço a pagar pelas ações para fechar a operação de aquisição.