As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro na segunda-feira em relação às pensões podem vir a prejudicar os pensionistas a longo prazo. Isto porque em outubro vão receber mais meia pensão, mas em janeiro o aumento não será tão grande como prevê a lei.
No próximo mês, todos os pensionistas que ganhem menos de 5.300 euros vão receber meia pensão extra. Um pagamento único, que não se irá repetir.
A esta medida, António Costa juntou mais uma: o aumento das pensões a partir de janeiro, mas esta subida não será indexada à taxa de inflação.
Serão +4,43% para pensões até 886€; +4,07% para pensões entre 886€ e 2659€; +3,53% para outras pensões sujeitas a atualização.
Um exemplo prático
Vejamos o seguinte exemplo: quem ganha uma pensão de 500 euros, em outubro vai receber mais 250€. Mas, a partir de janeiro, com a nova fórmula, vai passar a ganhar cerca de 522 euros.
Se o Governo aplicasse a lei tal como está, no início do ano esse mesmo pensionista ganharia mais, já que a pensão chegaria aos 540€, um aumento de cerca de 8%.
Para além disso, acontece que em 2024 as pensões vão ser calculadas a partir de uma base menor do que se a lei tivesse sido aplicada à letra.
Os pensionistas antecipam uma perda de rendimentos e o Governo já disse que em 2023 voltará a fazer uma avaliação.