Os revendedores de combustíveis exigem o fim do limite de preços do gás de botija imposto pelo Governo, pois garantem que a medida reduz a margem de lucro. Reivindicam também a criação de medidas para reverter a situação.
Há dois meses, o Governo estabeleceu um teto máximo para o valor de revenda do gás em botija. Esta medida permite ao consumidor poupar em média três euros por botija pequena e seis euros pela de maior dimensão.
Este apoio estará em vigor, pelo menos, até ao dia 31 de outubro, altura em que o Governo irá reavaliar a decisão. Contudo, se para o consumidor esta medida é vista como vantajosa, para os revendedores é completamente o oposto.
A ANAREC, Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, garante que manter esta limitação dos preços do gás engarrafado a partir de novembro é incomportável para o setor.
Os comerciantes de botijas de gás dizem que esta decisão contribui para a diminuição das margens de lucro. Apontam também o dedo ao Governo por não promover “ajudas” ao setor, numa altura marcada por gastos acrescidos.
“As margens baixaram, os custos continuam sempre a aumentar por causa do gasóleo e não há ajudas nenhumas que o governo nos possa dar”, afirma José Mota, revendedor de gás.
Já o vice-presidente da ANAREC, João Durão, reitera que, devido às reduzidas margens de lucro, “é impossível entregar as garrafas de gás ao preço que hoje estão".
Prossegue afirmando que “as empresas vão falir”, caso a conjetura atual se mantenha por muito mais tempo, e deixa a certeza de que se tal acontecer, a ANAREC “vai ter de responsabilizar alguém”, que neste caso será "o Governo”.
Apela assim à reversão da portaria que limita o preço de venda das botijas de gás criado para ajudar as famílias.