A Meta, empresa mãe do Facebook e Instagram, anunciou esta quarta-feira que vai avançar com o despedimento de 11.00 funcionários.
Estes despedimentos representam uma diminuição de cerca de 13% da força de trabalho da empresa, numa altura em que as ações da empresa com sede na Califórnia caíram cerca de 70% e estão atualmente a ser negociadas ao preço mais baixo desde 2016.
Numa mensagem dirigida aos colaboradores da Meta, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, comunicou que “decidiu reduzir a equipa” e que “11.000 talentosos funcionários” seriam despedidos.
"Hoje partilho uma das mudanças mais difíceis na história da Meta. (…) Decidi reduzir o tamanho da nossa equipa em aproximadamente 13% e separar-me de 11.000 dos nossos talentosos funcionários."
Segundo o CEO da Meta, este despedimentos destinam-se a tornar a empresa mais ágil e eficiente e a responder às mudanças no ambiente económico e empresarial.
No início desta semana, o The Wall Street Journal já tinha avançado que a Meta se preparava para anunciar um despedimento em massa, o primeiro da empresa nos 18 anos de história.
Mark Zuckerberg tinha dito recentemente que "algumas equipas iam crescer significativamente, mas a maioria das outras forças de trabalho iriam permanecer na mesma ou encolher durante o próximo ano".
A Meta, tal como outros gigantes da tecnologia, fez uma onda de contratações durante a pandemia, acompanhando a tendência de crescimento do digital. Contratou mais de 27.000 trabalhadores em 2020 e 2021 e outros 15.344 nos primeiros nove meses deste ano, cerca de um quarto dos quais durante o trimestre mais recente.
Zuckerberg, no comunicado enviado aos funcionários, justifica estas recentes contratações com as perspetivas que existam de crescimento digital após o fim da pandemia, que, no entanto, não se verificaram.
A pandemia da covid-19, diz o CEO da empresa, levou a um aumento significativo do comércio eletrónico e "um enorme crescimento das receitas", que não tem sido sustentado. Mark Zuckerberg assume a responsabilidade e admite que “infelizmente” os últimos tempos não correram como esperava.
"Não só o comércio online voltou às tendências anteriores [à pandemia], como a desaceleração macroeconómica, o aumento da concorrência e a perda de anunciantes fizeram com que as nossas receitas fossem muito menores do que esperava. (…) E assumo a responsabilidade por isso."
O presidente executivo da Meta reconhece que a empresa tem de se concentrar num número menor de setores, reduzir custos e dar prioridade a algumas unidades como a que se concentra no motor de Inteligência Artificial.
Os funcionários vão receber um e-mail que indica se estão entre estas 11.000 pessoas que vão perder o emprego. Quem for despedido terá direito a receber 16 semanas de salário base, mais duas semanas adicionais por cada ano na empresa. Zuckerberg acrescentou ainda que o seguro saúde para estes funcionários e famílias vai continuar válido durante seis meses.
A Meta anuncia estes despedimentos uma semana após o Twitter ter demitido cerca de metade dos 7.500 funcionários. Elon Musk justificou que não havia escolha “quando a empresa estava a perder mais de 4 milhões de dólares por dia”, embora não tenha sido fornecida informação que confirmasse estas perdas.